O tempo mais curto de campanha não impediu que o 1º turno das eleições deste ano fosse um dos mais movimentados da história política recente do país. Veja 14
Redação Publicado em 08/10/2018, às 00h00 - Atualizado às 16h59
O tempo mais curto de campanha não impediu que o 1º turno das eleições deste ano fosse um dos mais movimentados da história política recente do país. Veja 14 fatos que marcaram esta primeira etapa da disputa pelo Planalto:
No dia 6 de setembro, o candidato Jair Bolsonaro (PSL) levou uma facada na região do abdômen quando era carregado nos ombros durante um ato de campanha em Juiz de Fora (MG).
O agressor, Adélio Bispo de Oliveira, foi preso em flagrante e disse que agiu por “motivações religiosas, de cunho político”. Em 4 de outubro, ele virou réu por crime contra segurança nacional após a Justiça aceitar denúncia feita pelo Ministério Público Federal.
Bolsonaro passou por duas cirurgias, ficou 23 dias internado e, ao deixar o hospital, seguiu para cumprir repouso médico em sua casa no Rio de Janeiro. Impedido de fazer campanhas nas ruas, o candidato intensificou suas postagens nas redes sociais.
Vinte e seis dias após o início oficial da campanha eleitoral, o PT anunciou a candidatura de Fernando Haddad à presidência. O partido, até então, travava uma briga na Justiça para garantir Lula como candidato. Em 1º de setembro, porém, os ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) rejeitaram a candidatura do ex-presidente – preso desde o começo de abril após ter sido condenado em segunda instância no caso do triplex em Guarujá a 12 anos e 1 mês, de acordo com a Lei da Ficha Limpa.
No último dia do prazo dado pelo TSE para que Lula fosse substituído, o PT oficializou Haddad (PT) como candidato em anúncio feito em Curitiba.
O 1º turno também teve um candidato que ficou 21 dias da campanha em um monte, jejuando e sem dar entrevistas. No começo de setembro, Cabo Daciolo (Patriota) disse que voltaria para o retiro espiritual por entender que ‘só Deus pode dar vitória para a nação brasileira’.
Apesar disso, pesquisas mostram o Cabo Daciolo à frente de outros candidatos e empatado tecnicamente com adversários que tiveram gastos milionários nesta etapa da corrida eleitoral, como o Henrique Meirelles (MDB). Segundo dados do TSE, Daciolo declarou gastos de R$ 738,37 e Meirelles investiu, do próprio bolso, R$ 45 milhões.
Um movimento que começou por mulheres nas redes sociais levou manifestantes em todos os estados e no Distrito Federal a protestar nas ruas contra o candidato Jair Bolsonaro no dia 29 de setembro. Chamado de #EleNão, o movimentou registrou as maiores manifestações no Rio de Janeiro e em São Paulo.
Em resposta, apoiadores de Bolsonaro criaram o #EleSim e também foram as ruas para demonstrar apoio ao presidenciável. Quarenta cidades em 16 estados tiveram atos a favor de Bolsonaro.
Este ano os candidatos se viram obrigados a repensar suas campanhas por causa de uma mudança aprovada em 2015 na chamada minirreforma eleitoral: o tempo de campanha. Se antes os candidatos tinham 90 dias para apresentar suas propostas aos eleitores, este ano foram apenas 52 dias. Além disso, ficou mais curta a duração da propaganda eleitoral na TV e no rádio que passou de 45 para 35 dias.
Com regras de financiamento mais estritas e menor tempo, a campanha de 2018 deve ficar mais barata que a de 2014. Um cálculo feito pelo G1 a partir da primeira parcial de prestação de contas indicou que, este ano,os candidatos gastaram 36% a menos que no período equivalente de quatro anos atrás. Os candidatos a deputado federal respondem pela maior parte das despesas.
Outra novidade das campanhas eleitorais deste ano foram as chamadas “vaquinhas virtuais”, que são doações feitas por meio da internet com a participação de pessoas físicas. A ideia também foi aprovada na minirreforma eleitoral e surgiu na esteira da proibição, em 2015, das doações empresariais para políticos.
Desde 15 de maio, quando as doações foram liberadas, 10 dos 13 presidenciáveis receberam recursos. Último balanço divulgado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em 3 de outubro, mostra que foram arrecadados por este método R$ 2.263.454,13.
Pela primeira vez, os candidatos puderam fazer anúncios nas redes sociais. Oficialmente chamada de impulsionamento de conteúdo, a técnica foi utilizada de forma tímida pelos candidatos. Na primeira parcial de gastos, as despesas com esse tipo de prática representaram cerca de 1,6% do total.
Entre os presidenciáveis, os anúncios foram usados principalmente para tentar conquistar votos de mulheres. Elas são maioria do eleitorado e, historicamente, demoram mais para escolher um candidato a presidente. Neste ano, a fatia das que não haviam definido um nome em quem votar a 10 dias da eleição foi a maior em 20 anos.
Juntos, os presidenciáveis rodaram quase 300 mil quilômetros pelo país, distância suficiente para dar a volta na Terra 7,5 vezes. A maioria deles priorizou o Sudeste como principal destino das viagens. São Paulo, maior colégio eleitoral do país, foi palco de quase metade delas, seguido do Rio de Janeiro, o terceiro em número de eleitores.
Para tentar chegar ao planalto, os partidos se distribuíram por 13 chapas presidenciais. Mas muitos adversários no plano nacional aliaram-se nos estado para tentar conquistar também os governos estaduais. No total, esses acordos contrariaram 12 das 13 alianças dos presidenciáveis, como o G1 mostrou.
Levantamento feito pelo G1, com base em dados de tribunais regionais eleitorais (TREs) de todo o país, mostrou que mais de 3 milhões de brasileiros tiveram o título cancelado por não fazer o cadastro biométrico – o registro de impressões digitais. O número diz respeito aos títulos cancelados entre 2017 e 2018 em cidades onde o cadastramento biométrico era obrigatório.
Após reportagem, o PSB entrou com ação no STF para que fosse liberada a votação de quem teve o título cancelado alegando que seria injusto impedir estes eleitores de votar. Por 7 votos a 2, os ministros do Supremo negaram o pedido.
Outra novidade este ano foi o e-título, um aplicativo de celular que traz a versão digital do título de eleitor impresso. Apesar da praticidade, a maioria dos eleitores ainda não aderiu ao título digital. Dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) mostram que até agora só 6.319.161 eleitores baixaram o aplicativo, o que representa 4,3% do eleitorado.
Os memes fizeram pouco sucesso ao longo da campanha. Mas não era o que se previa no começo. No 1º debate realizado pelos candidatos à presidência nesta eleição, uma pergunta do Cabo Daciolo (Patriota) a Ciro Gomes (PDT) levou para o topo dos assuntos mais comentados do Twitter o termo ‘Ursal’.
A pergunta feita foi a seguinte: ‘O senhor é um dos fundadores do Foro de São Paulo. O que pode falar sobre o Plano Ursal? Tem algo para dizer a nação brasileira?’. Como resposta, Ciro disse que não sabia do que se tratava. O termo gerou memes e, apesar de ter sido pouco discutido nas redes sociais durante o debate, virou o assunto mais comentado no dia seguinte e o destaque do 1º debate da campanha para presidente.
Em ano eleitoral, o brasileiro viu o número de mensagens falsas crescer e se propagar de forma rápida nas redes sociais e no WhatsApp. Desde o início da campanha, o #Fato ou Fake, serviço de checagem da Globo, conferiu mais de 700 conteúdos, 653 frases de políticos e 114 boatos.
O fenômeno da desinformação, inicialmente conhecido como das “fake news”, foi visto em eleições nos Estados Unidos, no Reino Unido, na França, na Alemanha, no México e, agora, no Brasil. Aqui, virou assunto entre eleitores e gerou troca de acusações entre candidatos.
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