Uma junção de fatores considerados positivos sustenta uma expectativa otimista do mercado imobiliário para os dois próximos anos no interior paulista. Esta
Redação Publicado em 20/03/2018, às 00h00 - Atualizado às 10h19
Uma junção de fatores considerados positivos sustenta uma expectativa otimista do mercado imobiliário para os dois próximos anos no interior paulista. Esta foi a principal conclusão apresentada nesta segunda-feira (19) em Bauru (SP) durante evento promovido pela regional local do Secovi-SP (Sindicato da Habitação do Estado de São Paulo).
Dentre os tais fatores, alguns deles são tradicionais, como queda nas taxas de juros dos financiamentos (de 14% para cerca de 9,5%) e melhora de cenário político, mas outros chamam a atenção pelo inusitado.
Um desses fatores, destaca Bruno Pegorin Netto, diretor de Economia e Estatística da regional, é o aumento no número de divórcios, que também gera uma alta importante na demanda por novas unidades.
Nos dados que foram apresentado há indicadores que mostram uma taxa de casamentos estável, com alta de apenas 3%, mas uma quantidade de divórcios em significativa alta, de 33%.
“A demanda por novas habitações é crescente na cidade, mas com certeza o aumento dos divórcios tem participação importante na criação de novas demandas”, explica o dirigente.
No caso de Bauru, até mesmo a chegada de novos cursos de medicina aparecem como fator gerador de novas demandas e, por consequência, de otimismo para o mercado local.
“Para a cidade, a expectativa de crescimento está sendo impulsionada pelo maior acesso ao crédito imobiliário devido à redução nas taxas de juros e pela chegada de dois novos cursos de medicina, que elevaram a demanda na região”, explica Riad Elia Said, diretor regional do Secovi-SP.
No evento, que contou com a participação de representantes de construtoras, incorporadoras, loteadoras e imobiliárias, o Secovi-SP apresentou os dados mais recentes do Estudo de Mercado da região, que engloba informações sobre lançamentos, vendas, valor do metro quadrado, áreas de maior interesse do consumidor, entre outras.
Outro dado do estudo apresentado nesta segunda-feira que chama a atenção por sua magnitude é a participação esmagadora nos lançamentos de unidades habitacionais chamadas de “econômicas”, que são os realizados através do programa Minha Casa, Minha Vida.
De acordo com Pegorin, mais de 80% do volume de lançamentos na região foi de unidades econômicas de dois dormitórios do programa do governo federal, proporção que deve diminuir para este ano, mas que continuará alta. Segundo o estudo, das cerca de 1,6 mil unidades lançadas na região em 2017, 1,3 mil foram através do programa.
“Isso é normal diante de um cenário nebuloso no qual o mercado prefere ousar menos. Mas agora, com juros mais baixos e um ambiente político menos turbulento, o mercado tradicional, com unidades de padrão mais elevado e preço maior, deve aumentar sua participação”, prevê Pegorin.
De acordo com estudo, além de fatores como o dos divórcios, outros ligados a indicadores demográficos sustentam a supremacia dos lançamentos do programa Minha Casa, Minha Vida.
Pegorin destaca que a pirâmide etária brasileira que aponta para uma população jovem favorece a preferência por habitações baratas, subsidiadas e com financiamento mais favorável. Essa combinação é ideal para a primeira compra das pessoas.
Apesar dessa “preferência” por unidades baratas, Pegorin destaca que um cenário econômico melhor favorece fatores culturais que ajudam a aumentar a demanda por uma habitação melhor.
“As pessoas sempre querem uma casa mais nova, com mais itens de lazer, novos conceitos. O teto da demanda por novas unidades até existe, mas ainda não é visível. A expectativa do mercado é positiva”, completa Pegorin.
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