O presidente Michel Temer voltou a defender nesta quarta-feira (10) a atual Constituição brasileira e afirmou que uma nova constituinte não representa a
Redação Publicado em 10/10/2018, às 00h00 - Atualizado às 14h37
O presidente Michel Temer voltou a defender nesta quarta-feira (10) a atual Constituição brasileira e afirmou que uma nova constituinte não representa a “solução” para os problemas do país, mas sim a “perturbação das questões nacionais”.
Temer deu declaração em discurso durante a cerimônia de posse do novo presidente da Embrapa, Sebastião Barbosa, realizada no Palácio do Planalto.
Sem citar os nomes de Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT), Temer afirmou que “graças a Deus” vê os candidatos que chegaram ao segundo turno da eleição presidencial abandonarem “um pouco” a tese de uma nova constituinte.
O presidente afirmou que no período eleitoral é preciso “pregar a necessidade” de obedecer a atual Constituição, que completou 30 anos na semana passada.
Segundo Temer, redigir uma nova Carta representaria uma “ruptura”, o que geraria “instabilidade”.
“Muitas e muitas vezes, eu vejo gente dizendo ‘vamos fazer uma constituinte’, como se a Constituinte fosse a solução para os problemas nacionais. Ao contrário, ela é a perturbação das questões nacionais”, disse.
“Graças a Deus eu estou vendo que aqueles que se candidatam hoje abandonaram um pouco essa tese de uma nova constituinte, mas ao contrário, o que querem é exata e precisamente cumprir o texto constitucional, que deu certo”, completou o presidente.
Na última segunda-feira (8), Bolsonaro e Haddad descartaram em entrevistas ao Jornal Nacional a ideia de propor a convocação de uma nova assembleia constituinte.
Haddad disse ter desistido da proposta, prevista inicialmente no programa de governo do partido. O candidato do PT explicou que pretende fazer reformas, como a bancária e a tributária, por meio de propostas de emenda constitucional enviadas ao Congresso Nacional.
Bolsonaro, por sua vez, disse que “jamais” poderia admitir uma nova constituinte, inclusive, “por falta de poderes para tal”. Ele ainda ressaltou que desautorizou o vice de sua chapa, o general Hamilton Mourão.
Em entrevistas, o candidato a vice declarou que a elaboração de uma nova Constituição não precisaria passar por paralmentares eleitos. ELe sugeriu uma constituinte de notáveis e cogitou, em caso de anarquia, um “autogolpe” por parte do presidente com apoio das Forças Armadas.
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