Arqueólogos que encontraram ossadas da época da escravidão em um terreno na Liberdade, no Centro de São Paulo, acreditam que prédios vizinhos ao local devem
Redação Publicado em 07/12/2018, às 00h00 - Atualizado às 07h52
Arqueólogos que encontraram ossadas da época da escravidão em um terreno na Liberdade, no Centro de São Paulo, acreditam que prédios vizinhos ao local devem ter sido erguidos sobre outros restos mortais. A região abrigava o Cemitério dos Aflitos, o primeiro cemitério público de São Paulo, onde escravos, condenados e outras pessoas marginalizadas eram enterradas.
O G1 revelou com exclusividade nesta quinta-feira (6) a descoberta arqueológica de sete esqueletos da época da escravidão no Brasil, enterrados no período de 1775 a 1858, foram localizados no terreno entre outubro e dezembro de 2018.
“O cemitério era enorme, este aqui é um pedacinho, mas gente descobriu onde está o nível das covas. Agora o que deve acontecer é que tanto o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), quanto o Departamento do Patrimônio Histórico (DPH) vão exigir pesquisa arqueológica sempre que uma obra acontecer aqui nesta região, que é comprovadamente um sítio”, afirma Lúcia Juliani, diretora da empresa A Lasca, contratada pela proprietária do terreno para a consultoria arqueológica.
A área de 400 m² localizada entre as ruas Galvão Bueno e dos Aflitos, atrás da Capela de Nossa Senhora dos Aflitos, é uma propriedade particular e até o início deste ano abrigava um prédio. A proprietária do espaço decidiu demolir o edifício por causa de problemas estruturais e construir um novo empreendimento comercial no local.
Três arqueólogos especialistas em sítios do tipo funerário identificaram sete esqueletos entre outubro e o início de dezembro deste ano na área de 400 m², cerca de um metro abaixo do nível da rua.
“É provável que tenham mais esqueletos sob os imóveis da região. Eles não estão no meio do sedimento, o que é muito positivo. Há prédios no entorno com subsolos já escavados, mas alguns não foram afundados ainda”, acredita a arqueóloga Sônia Cunha, que coordena o trabalho em campo.
A última ossada foi encontrada na segunda-feira (3), então, de acordo com os pesquisadores, ainda não é possível identificar a origem dos indivíduos, a idade, a causa da morte, nem o sexo, mas significam a prova material do que estava documentado e com detalhes que não foram registrados.
Sônia Cunha afirma que a identificação do sítio arqueológico na Liberdade ajuda a remontar a história de São Paulo, acrescentando informações aos documentos históricos, confirmando ou desmentindo-as.
“Esta identificação já ampliou o conhecimento que se tinha, pois acreditava-se que os restos mortais haviam sido transferidos para o Cemitério da Consolação, a segunda necrópole pública de São Paulo, e pudemos ver como era o procedimento – um dos esqueletos foi enterrado em cúbito lateral, como se dormisse de lado, com as mãos fechadas sob a cabeça. Isso denota um certo cuidado de quem o posicionou aqui”, diz Sônia.
Dois dos sete esqueletos já foram retirados do local. Os pesquisadores esperam terminar o trabalho até a semana que vem. Todo o trabalho tem sido realizado com o aval do Iphan, que exige um projeto e relatórios de acompanhamento para liberar a obra.
Os ossos serão levados para o laboratório da A Lasca, onde serão limpos, passarão por uma curadoria e por uma análise, até a entrega dos objetos para Departamento do Patrimônio Histórico, órgão da Secretaria Municipal de Cultura.
Arqueólogos encontram ossadas durante demolição de prédio na Liberdade
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