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Número de mortos e feridos em atentado em Barcelona sobe; 4 suspeitos são presos

O balanço de mortos e feridos nos ataques de Barcelona e Cambrils, na Espanha, aumentou nesta sexta-feira (18). De acordo com os serviços de emergência, 130

Número de mortos e feridos em atentado em Barcelona sobe; 4 suspeitos são presos
Número de mortos e feridos em atentado em Barcelona sobe; 4 suspeitos são presos

Redação Publicado em 18/08/2017, às 00h00 - Atualizado às 10h24


O balanço de mortos e feridos nos ataques de Barcelona e Cambrils, na Espanha, aumentou nesta sexta-feira (18). De acordo com os serviços de emergência, 130 pessoas de 34 nacionalidades ficaram feridas nos dois atropelamentos. Quatro pessoas foram detidas por suspeita de envolvimento nos atentados.

A Polícia autônoma da Catalunha (Mossos d’Esquadra) informou a 14ª vítima foi uma mulher, que tinha ficado ferido em La Rambla e morreu nesta manhã. A primeira vítima a ser identificada foi o italiano Bruno Gulotta, de 35 anos. Entre os feridos, 17 estão em situação crítica e outras 30, em estado grave.

A polícia espanhola deteve nesta sexta em Ripoll, na província catalã de Girona, dois marroquinos por suspeita de ter vínculos com os atentados terroristas em Barcelona e Cambrils sem fornecer detalhes da investigação.

Anteriormente, um espanhol e um marroquino já tinham sido detidos, mas nenhum deles era o motorista da van, segundo a polícia. A polícia afirmou apenas que nenhum dos detidos tinha antecedentes de atos ligados a terrorismo.

Van usada no ataque terrorista que atropelou dezenas de pessoas é guinchada pela polícia em Barcelona (Foto: Sergio Perez/Reuters)

Van usada no ataque terrorista que atropelou dezenas de pessoas é guinchada pela polícia em Barcelona (Foto: Sergio Perez/Reuters)

La Rambla

O atropelamento em Barcelona começou nas imediações da praça Catalunha e percorreu 600 metros da Rambla atingindo as vítimas (veja mapa abaixo). O Estado Islâmico reivindicou o ataque.

Dois italianos morreram em Barcelona. O governo francês confirmou que há 26 franceses entre os feridos. O jornal “El País” noticiou que três alemães estão entre os mortos. Também haveria vítimas gregas e belgas. A EFE informou que dois argentinos – uma mulher de 67 anos e um homem de 37 – machucaram-se no ataque. O Itamaraty disse que não há notícias de brasileiros entre as vítimas.

Brasileiros que estão na cidade disseram que houve correria e muito pânico durante o ataque e nos momentos que se seguiram, com um clima de tensão na cidade.

Atentado em Barcelona já tem 14 mortos e terceiro suspeito é preso

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Cambrils

Menos de 10 horas depois do ataque em Barcelona, no início da madrugada desta sexta (no horário da Espanha), um Audi A3 ultrapassou um bloqueio policial e atropelou pedestres, em Cambrils, cidade a 117 km de Barcelona. Sete pessoas ficaram feridas – um policial e seis civis. A polícia catalã matou os cinco suspeitos que estavam no carro. Um vídeo, publicado pelo Expressand Star News, mostra imagens fortes do momento em que os suspeitos são baleados. De acordo com a CNN, foram encontrados no veículo falsos cintos com explosivos.

Alcanar

A investigação da polícia da Catalunha busca saber se o incidente em Cambrils e a explosão de um prédio ocorrida em Alcanar, por volta das 23h30 de quarta (15), tem relação com o ataque de Barcelona. A explosão, que foi atribuída a um vazamento de gás, deixou um morto e outras sete feridas. No local estavam estocados mais de 20 cilindros de gases butano e propano.

O Papa Francisco condenou o ataque, expressou “seu mais profundo pesar pelo cruel atentado que semeou morte e dor em La Rambla de Barcelona” e ofereceu suas orações pelas vítimas “que perderam a vida em uma ação tão desumana”, enfatiza o comunicado pelo Secretário de Estado do Vaticano, cardeal Pietro Parolin, de acordo com a France Presse.

“A violência cega, que é uma gravíssima ofensa ao Criador, e eleva suas orações ao Altíssimo para que nos ajude a continuar trabalhando com determinação pela paz e a concórdia no mundo”, diz o texto.

Mulher chora entre pedestres conduzidos pela polícia após ataque em Barcelona, na Espanha (Foto: Pau Barrena/AFP)

Mulher chora entre pedestres conduzidos pela polícia após ataque em Barcelona, na Espanha (Foto: Pau Barrena/AFP)

Ataque em Barcelona

Segundo o “El País”, o motorista avançou com a van sobre os pedestre em La Rambla por cerca de 600 metros. No centro da via fica a parte exclusiva para pedestres e, nas laterias, a passagem de carros. O local é muito movimentado, com artistas de rua, restaurantes e vendedores ambulantes.

Algumas pessoas se protegeram nas diversas lojas que existem no local, que é um dos principais pontos turísticos da cidade e fica lotado nesta época do ano, que é verão na Europa. O motorista da van fugiu caminhando.

O veículo usado no ataque foi alugado por um homem chamado Driss Oukabir, em Santa Perpetua de la Mogada, município perto de Barcelona. A imprensa chegou a divulgar uma foto de Driss Oukabir dizendo que ele era o autor do ataque e que teria sido preso. No entanto, o jornal “La Vanguardia” publicou que ele se apresentou em uma delegacia de Girona, a cerca de 100 km de Barcelona, e afirmou que seu documento havia sido roubado e que no momento do ataque ele estava em Ripoll, uma das cidades desta província.

Um segundo veículo, também ligado ao atentado, foi encontrado pela polícia na cidade de Vic, a 70 km de Barcelona. A região da Rambla foi isolada, e as estações de metrô e trem perto do local do atropelamento foram fechadas – e liberadas só no fim da noite.

Mulheres feridas recebem tratamento após atentado com uma van que foi usada para atropelar diversas pessoas nas Ramblas de Barcelona (Foto: Oriol Duran/AP)

Mulheres feridas recebem tratamento após atentado com uma van que foi usada para atropelar diversas pessoas nas Ramblas de Barcelona (Foto: Oriol Duran/AP)

Temporada turística

O atentado aconteceu no auge da temporada turística de verão em Barcelona, um dos principais destinos turísticos da Europa, que recebe pelo menos 11 milhões de visitantes anualmente. A prefeitura suspendeu todas as atividades públicas, entre elas, a tradicional festa do bairro de Gracia.

Em março de 2004, militantes islâmicos colocaram bombas em vagões de metrô em Madri, que explodiram na estação de Atocha. O atentado, o mais mortal da história da Espanha, deixou 191 mortos e mais de 1,8 mil feridos.

 (Foto: Arte / G1)

(Foto: Arte / G1)

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