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MP e Polícia Civil investigam caso de mãe que ‘fantasiou’ filho de escravo para festa de Halloween em Natal

A Promotoria de Justiça de Defesa da Criança e do Adolescente de Natal abriu nesta terça-feira (30) uma investigação para acompanhar o caso de uma mãe que

MP e Polícia Civil investigam caso de mãe que ‘fantasiou’ filho de escravo para festa de Halloween em Natal
MP e Polícia Civil investigam caso de mãe que ‘fantasiou’ filho de escravo para festa de Halloween em Natal

Redação Publicado em 30/10/2018, às 00h00 - Atualizado às 11h58


Fotos publicadas nas redes sociais que mostram a criança acorrentada e com “marcas” de chicotadas causaram críticas negativas. Chamada de racista, mulher pediu desculpas.

A Promotoria de Justiça de Defesa da Criança e do Adolescente de Natal abriu nesta terça-feira (30) uma investigação para acompanhar o caso de uma mãe que criou para o próprio filho – um menino de 9 anos – uma fantasia de escravo para a festa de Halloween de uma escola particular de classe média alta da cidade. A Polícia Civil disse que vai intimar a mulher para que ela preste esclarecimentos.

Na tarde da segunda-feira (29), a mulher publicou fotos do garoto nas redes sociais, causando grande repercussão na internet. A maior parte dos comentários é de críticas à fantasia, que foi considerada racista. A publicação foi apagada do perfil da mãe do menino. Além de pintar o garoto com tinta escura, ela maquiou nas costas do filho “marcas” de chicotadas e fez o menino usar correntes. “Quando seu filho absorve o personagem! Vamos abrasileirar esse negócio! #Escravo”, escreveu ela no Instagram.

Segundo o Conselho Estadual de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (CONSEPPIR), órgão vinculado à Secretaria de Justiça e da Cidadania (SEJUC), “a prática do racismo passou a ser considerado um crime inafiançável e imprescritível”.

 Nas costas do filho, mãe também maqueou "marcas" de chicotadas — Foto: Reprodução

Nas costas do filho, mãe também maqueou “marcas” de chicotadas — Foto: Reprodução

Segundo o Ministério Público, “o procedimento irá transcorrer em segredo de Justiça por envolver uma criança, conforme previsto no ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente)”.

O colégio onde aconteceu a festa de Halloween emitiu uma nota e afirmou que a instituição não compactua com expressões de racismo ou preconceito.

Pedido de desculpas

Após a repercussão, a mãe postou um pedido de desculpas nas redes sociais. “Queria somente pedir desculpas pelo fato! Jamais foi minha intenção ofender alguém, estou extremamente arrependida por tudo que aconteceu e me sentindo MUITO mal com os xingamentos e as ameaças horríveis que estão me mandando. Desculpa a todos, do fundo do meu coração! #paz”.

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