Eleito vice-prefeito de São Paulo no pleito de 2020, Ricardo Nunes (MDB) assume em definitivo a cidade de São Paulo após a morte do prefeito eleito Bruno
Redação Publicado em 16/05/2021, às 00h00 - Atualizado às 13h21
Eleito vice-prefeito de São Paulo no pleito de 2020, Ricardo Nunes (MDB) assume em definitivo a cidade de São Paulo após a morte do prefeito eleito Bruno Covas (PSDB). Ele estava como prefeito em exercício desde o dia 2 de maio, pelo período de 30 dias, quando Covas se licenciou para dar continuidade do tratamento contra o câncer.
O prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), morreu às 8h20 deste domingo (16) aos 41 anos, em São Paulo, informou a prefeitura, em nota. Desde 2019, ele lutava contra um câncer no sistema digestivo com metástase nos ossos e no fígado. Ele deixa o filho Tomás, de 15 anos. Na sexta-feira (14), ele teve uma piora no quadro de saúde e a equipe médica informou que seu quadro havia se tornado irreversível.
Ricardo Nunes lamentou a morte de Covas em suas redes sociais, na manhã deste domingo.
“A dor toma conta, perder um amigo, um irmão, que é referência de integridade, companheirismo, generosidade, dói muito.”
Neste sábado (15), Ricardo Nunes participou do Dia D de vacinação contra a gripe e disse que a manutenção da agenda pública era uma forma de homenagear o prefeito Bruno Covas (PSDB).
“O objetivo de manter a agenda é de seguir exatamente o que o Bruno nos pediu. Não existe melhor homenagem ao prefeito do que a gente continuar trabalhando, do que a gente continuar atendendo a população de São Paulo que elegeu ele e a mim para isso.”
Nunes foi vereador por dois mandatos em São Paulo antes de se eleger vice na chapa PSDB-MDB que disputou a última eleição na capital paulista. Ele é ligado a associação de empresários da Zona Sul e à Igreja Católica, tendo composto as bases petista e tucana nos últimos oito anos na Câmara Municipal de SP.
Em 2012, após ganhar as eleições ao legislativo pela primeira vez, ele fez parte da base de apoio do prefeito Fernando Haddad (PT).
Durante o primeiro mandato, o vereador foi forte interlocutor da Igreja Católica na Câmara Municipal e fez forte lobby para anistiar e regularizar templos religiosos irregulares na lei de zoneamento em 2016.
Já como integrante da Comissão de Finanças na Câmara, conseguiu barrar menções a termos como gênero do Plano Municipal de Educação (PME) da cidade. Na época, defendia que sexualidade não deveria ser tema nas salas de aula do município.
No Plano Diretor de 2014, sugeriu a criação de um aeródromo em Parelheiros, extremo sul da capital paulista.
Foi da base da gestão Haddad até 2016, quando Gabriel Chalita (MDB) foi candidato a vice de Haddad no pleito daquele ano e os dois foram derrotados para a chapa João Doria e Bruno Covas (PSDB).
Naquela eleição, Nunes se reelegeu vereador e passou então a fazer parte da base aliada de Doria-Covas até ser indicado a vice no ano passado, após uma articulação do próprio João Doria, já no cargo de governador do estado.
Em seus últimos quatro anos como vereador, Ricardo Nunes compôs CPIs como a dos bancos, que investigou a sonegação de ISS na cidade.
Uma lei proposta pelo então vereador Ricardo Nunes, em 2014, prevê um sistema de transporte público hidroviário em São Paulo na represa Billings, região do Cantinho do Céu, extremo sul da capital, um dos redutos eleitorais dele.
Na atual gestão, esse projeto, que foi sancionado pelo ex-prefeito Haddad, foi incluído no plano de metas, cujas audiências públicas online acabaram na última sexta-feira (30).
Ricardo Nunes também é crítico do repasse bilionário de verbas da prefeitura para as empresas de ônibus da cidade em forma de subsídios, assunto que sempre gera tensão entre ele e o vereador Milton Leite (DEM), presidente da Câmara de Vereadores, que apoiou a indicação de Nunes para vice de Bruno Covas em 2020.
O ex-vereador também é profundo conhecedor das contas do município e fez parte da Comissão de Finanças da Câmara Municipal.
Em 2020, Nunes tem ido a agendas públicas nas quais Covas apareceu apenas virtualmente, como na semana retrasada, na inauguração de um hospital no campus da Uninove.
Bruno Covas decidiu se licenciar por 30 dias do cargo de prefeito de SP neste domingo (2) para dar continuidade ao tratamento que enfrenta contra um câncer no sistema digestivo.
Na carta publicada nas redes sociais, Bruno Covas disse que confiava no vice-prefeito para dar continuidade ao plano de governo dele, “priorizando o combate à pandemia e seus efeitos”.
“Tenho certeza que vamos superar mais essa batalha. Assim como tenho a convicção que nosso vice Ricardo Nunes e nossa equipe de secretárias e secretários manterão a cidade no rumo certo, cumprindo nosso programa de metas e plano de governo, priorizando o combate à pandemia e seus efeitos. Fiquem bem e até breve”, escreveu Covas.
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Fonte: G1 – Globo.
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