Os juros médios cobrados pelas instituições financeiras no cartão de crédito rotativo registraram aumento pelo segundo mês seguido em setembro, ao mesmo tempo
Redação Publicado em 26/10/2018, às 00h00 - Atualizado às 11h21
Os juros médios cobrados pelas instituições financeiras no cartão de crédito rotativo registraram aumento pelo segundo mês seguido em setembro, ao mesmo tempo em que a taxa do cheque especial apresentou pequeno recuo. Os números foram divulgados nesta sexta-feira (26) pelo Banco Central.
Essas taxas ainda seguem elevadas na comparação com outros países e também com outras linhas de crédito ofertadas pelos bancos. A recomendação de economistas é que os clientes bancários não usem essas modalidades, ou que, se necessário, as utilizem por um período de tempo muito limitado.
O aumento da taxas cobrada no cartão de crédito rotativo acontece em um cenário de estabilidade da taxa básica da economia, a Selic, que atualmente está na mínima histórica de 6,5% ao ano. Essa estabilidade acontece desde março. Antes disso, a taxa havia recuado 12 vezes seguidas.
O alto patamar das taxas de juros cobradas pelos bancos, que inibem o consumo e também os investimentos na economia brasileira, é um dos problemas a serem enfrentados pelo próximo presidente da República. Dados do BC mostram que os quatro maiores conglomerados bancários do país detinham, no fim de 2017, 78% de todas as operações de crédito feitas por instituições financeiras no país.
No ano passado, o governo anunciou medidas para reduzir os juros do rotativo do cartão de crédito, que estão recuando nos últimos meses. Recentemente, a federação que representa os bancos no país anunciou novas regras para uso do cheque especial, que entraram em vigor em julho deste ano.
Os números do BC mostram que houve aumento nos juros médios das instituições com recursos livres (sem contar BNDES, crédito rural e imobiliário) em setembro.
A taxa média total (pessoa física e jurídica) passou de 38% ao ano em agosto para 38,1% ao ano em setembro. No ano, ela recuou 2,2 pontos percentuais, pois somava 40,3% ao ano no fechamento de 2017.
Os juros nas operações com pessoas físicas subiram de 51,8% ao ano, em agosto, para 52,2% ao ano, em setembro; no acumulado do ano taxa caiu 2,8 pontos percentuais, pois estava em 55% ao ano no fim do ano passado.
A taxa cobrada das empresas ficou estável em 20,4% ao ano em setembro; e, na parcial do ano, recuou 1,2 ponto percentual (pois totalizou 21,6% ao ano no fechamento de 2017).
Mesmo com a alta dos juros médios de todas as operações das instituições financeiras, o chamado “spread bancário” (diferença entre o que os bancos pagam pelos recursos e o que cobram de seus clientes) ficou estável em setembro.
No caso das operações com pessoas físicas e com empresas, o “spread” permaneceu em 28,9 pontos percentuais. Para pessoas físicas, continuou em 42,2 pontos em setembro. Apesar da estabilidade, esse ainda é um patamar elevado para padrões internacionais.s.
O “spread” é composto pelo lucro dos bancos, pela taxa de inadimplência, por custos administrativos, pelos depósitos compulsórios (que são mantidos no Banco Central) e pelos tributos cobrados pelo governo federal, entre outros.
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