O ministro Luiz Edson Fachin, relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal, mandou abrir inquérito para investigar o presidente do PP, senador
Redação Publicado em 13/09/2018, às 00h00 - Atualizado às 15h13
O ministro Luiz Edson Fachin, relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal, mandou abrir inquérito para investigar o presidente do PP, senador Ciro Nogueira (PI); o ex-ministro Edinho Silva (PT); e os executivos da J&F Joesley Batista e Ricardo Saud.
Fachin atendeu a pedido da Procuradoria Geral da República, que quer apurar o envolvimento dos quatro em crimes de corrupção e lavagem de dinheiro. Conforme a PGR, o objetivo é investigar suposto pagamento de propina ao senador em 2014, para que o partido apoiasse o PT, e em 2017, para que o PP não apoiasse o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff.
O G1 buscava contato com os quatro citados no inquérito até a última atualização desta reportagem.
Em 2014, segundo Joesley e Saud, o PP recbeeu valores para integrar a coligação do PT nas eleições. O dinheiro teria sido repassado por meio de doações eleitorais oficiais ao PP, além de R$ 2,5 milhões em dinheiro, por meio de um supermercado do Piauí. O valor total repassado teria sido R$ 43 milhões. Quem aprovava os pedidos era o ministro Edinho Silva, segundo as delações.
O empresário Joesley Batista disse, segundo a PGR, que após a saída do PMDB do governo Dilma, em março de 2016, Ciro atendeu pedido para adiar decisão do PP sobre saída do governo. O valor acertado teria sido de R$ 8 milhões. Joesley afirmou que Saud repassou a Ciro Nogueira uma mala com R$ 500 mil.
“Nesse cenário, de recebimento em espécie de valores indevidos por parlamentar federal, além de recebimento de vantagem indevida como doação eleitoral, não se pode deixar de destacar, também, a possibilidade de cometimento de crime de lavagem de dinheiro diante da crível chance de ter ocorrido ocultação dos valores”, disse a procuradora ao pedir abertura de inquérito.
Apesar de ter autorizado a abertura de inquérito, Fachin afirmou que o caso deve ganhar novo relator por não ter relação com a Operação Lava Jato.
“O objeto desta investigação abrange, repiso, supostos pagamentos de vantagens indevidas pelo Grupo J&F, no interesse do Partido dos Trabalhadores (PT), no contexto das eleições de 2014 e do impeachment da então Presidente Dilma Rousseff, em contrapartida ao apoio do Partido Progressista (PP), com a intermediação do Senador da República Ciro Nogueira Lima Filho, fatos que não se relacionam com o que se apura na referida operação de repercussão nacional”, disse o ministro ao autorizar o inquérito.
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