Ao lado de cinco deputadas do PSL , o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) endossou nesta terça-feira os insultos proferidos pelo seu pai, Jair Bolsonaro , à
Redação Publicado em 19/02/2020, às 00h00 - Atualizado às 12h10
Ao lado de cinco deputadas do PSL , o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) endossou nesta terça-feira os insultos proferidos pelo seu pai, Jair Bolsonaro , à repórter da “Folha de S. Paulo” Patrícia Campos Mello. Eduardo subiu à tribuna após outras parlamentares se manifestarem contra as declarações do presidente. Chamando-as de “corja” por tentar “impor o politicamente correto”, o deputado ainda deu uma “banana” às deputadas e pediu que elas raspassem “o sovaco, se não dá um mau cheiro do caramba”.
Pela manhã, o presidente da República insinuou que a jornalista teria sugerido relação sexual em troca de “um furo”. Bolsonaro fez menção indireta a um depoimento do ex-funcionário de uma empresa de disparos por Whataspp Hans River. Na CPI das Fake News, ele tentou desqualificar Patrícia ao fazer tal acusação. A jornalista desmentiu as acusações publicando trocas de mensagens entre os dois em 2018.
Eduardo falou da tribuna ao lado das deputadas Caroline de Toni (PSL-SC), Major Fabiana (PSL-RJ), Bia Kicis (PSL-DF), Chris Tonietto (PSL-RJ) e Soraya Manato (PSL-ES).
“Isso aqui (fala das deputadas) não passa de discurso político. Isso aqui é a imposição do politicamente correto para tentar calar a boca do presidente Jair Bolsonaro”, disse Eduardo.
Antes, a líder do PSOL , Fernanda Melchionna (RS) , leu nota de repúdio assinada por deputadas contra os insultos de Jair Bolsonaro. Segundo ela, a fala do presidente foi orientada pela misoginia e representou um ataque à liberdade de imprensa.
“Falamos em nome das mulheres brasileiras desrespeitadas por um presidente machista que ataca a liberdade de imprensa e desrespeita o conjunto das mulheres brasileiras”, discursou.
Eduardo Bolsonaro respondeu e ainda atacou o PT , referindo-se a grampo tornado público em que o ex-presidente usou a expressão pejorativa: “esse tipo de discurso também revolta. A deputada diz que fala em nome de todas as mulheres. Calma aí, será que não tem mulher aqui comigo, não? Em nome das mulheres, uma banana! Eu queria saber onde elas estavam quando o Lula falou em mulheres de grelo duro. Onde vocês estavam? Estavam roubando dinheiro”.
No plenário, a presidente do PT, Gleisi Hoffmann (PR), e Major Fabiana chegaram a trocar empurrões. Eduardo , então, se dirigiu à deputada.
“Falou a deputada que o marido já foi preso. Democracia é só quando eles querem falar o que quiserem. Seu marido foi preso mesmo, não é? Ladra. A amante está falando no meu ouvido. Fala para ela segurar um pouco”, completou.
O filho do presidente perguntou ainda sobre a postura das parlamentares quando o ator “José de Abreu cuspiu em uma mulher”: “quando é que vão comemorar a redução de 20% no número de homicídios, que também reduziu homicídio do número de mulheres”.
Em nota, as deputadas dizem que a declaração de Jair Bolsonaro é “absolutamente desrespeitosa e incompatível com a postura de um Presidente da República”. Enquanto os discursos eram proferidos em plenário, gritos de “fascistas” foram proferidos pelo oposição. Já aliados de Eduardo se juntaram para vocalizar, em coro, a palavra “ladrões”.
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