A área sob alerta de desmatamento na Amazônia teve uma queda de cerca de 32% em agosto deste ano em relação ao mesmo período no ano passado. Segundo dados do
Redação Publicado em 10/09/2021, às 00h00 - Atualizado às 20h57
A área sob alerta de desmatamento na Amazônia teve uma queda de cerca de 32% em agosto deste ano em relação ao mesmo período no ano passado. Segundo dados do sistema Deter, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), 918 km² sofreram desmate no bioma durante o mês. Por outro lado, o Cerrado apresentou alta de 137%, com 433 km² desmatados.
Na semana passada, o ministro do Meio Ambiente, Joaquim Pereira Leite, afirmou que o desmatamento em agosto deveria ter uma redução de 30% em relação ao mesmo mês em 2020, sem especificar se estava se referindo a um bioma específico.
No acumulado de janeiro a agosto deste ano, uma área de 6.026 km² foi desmatada na Amazônia Legal, patamar semelhante ao registrado no mesmo período de 2020, de 6.099 km². Já no Cerrado, foram 3.774 km², um aumento de 25% em comparação com o ano passado.
Especialistas apontam que a redução do desmatamento na Amazônia em agosto, apesar de uma boa notícia, não pode ser vista como um grande avanço, pois os índices continuam elevados e no acumulado do ano até agora não há diferença significativa em relação ao alto patamar de 2020. Entre março e junho deste ano, os números foram os maiores do registro histórico.
“A queda (na Amazônia) é uma boa notícia, mas não podemos dizer que é sustentada, porque quem tem que tomar conta do desmatamento, o governo federal, não mudou suas práticas. Pode ter relação com questões climáticas ou a dinâmica do próprio crime ambiental. Temos dificuldade para avaliar, porque essa inteligência de entender o que está acontecendo no campo viria do Ibama e do próprio governo, que abandonou as fiscalizações. Quem dita hoje o crescimento ou diminuição é quem está desmatando”, diz Marcio Astrini, secretário-executivo do Observatório do Clima.
Rômulo Batista, porta-voz da campanha de Amazônia do Greenpeace Brasil, também afirma que não há uma explicação simples para “um problema tão complexo” como o desmatamento:
“Temos uma pressão muito grande de diversos atores demandando a redução do desmatamento, econômica, da sociedade civil, pesquisas mostrando que a conservação da Amazônia pode ser um balizador na campanha eleitoral no ano que vem. Tivemos mudança no Ministério do Meio Ambiente, ações estaduais mais fortes em alguns estados como Mato Grosso e Pará e agora a GLO (Operação de Garantia da Lei da Ordem). Em agosto desse ano também choveu um pouco mais, o que dificulta o acesso a algumas áreas (para desmatar)”, enumera, mas pondera: “A redução isolada em agosto nesse nível não pode ser vista como grande avanço”.
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IG
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