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CPI da Merenda de Sorocaba conclui que houve irregularidade na compra de alimentos

A votação do relatório da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga supostas fraudes na distribuição de merenda foi realizada nesta quinta-feira

CPI da Merenda de Sorocaba conclui que houve irregularidade na compra de alimentos
CPI da Merenda de Sorocaba conclui que houve irregularidade na compra de alimentos

Redação Publicado em 10/08/2018, às 00h00 - Atualizado às 10h54


Relatório final será entregue ao Ministério Público e para a polícia. Mais de 30 pessoas foram ouvidas pelos vereadores em seis meses.

A votação do relatório da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga supostas fraudes na distribuição de merenda foi realizada nesta quinta-feira (9), em Sorocaba (SP). Os vereadores aprovaram o documento por unanimidade.

Desde fevereiro, a CPI formada por oito vereadores apurou pagamentos indevidos e irregularidades envolvendo as empresas terceirizadas responsáveis pelo preparo e distribuição da merenda nas escolas públicas da cidade.

Ao todo, 31 pessoas prestaram depoimentos, entre elas o ex-secretário de Abastecimento, Alexandre Hugo de Morais, e o ex-secretário da Administração Roberto Juliano, além do ex-chefe de seção da alimentação escolar.

No relatório com 3.180 páginas há análises de processos de licitação, contratos, e-mails e outros documentos. De acordo com o relatório final, foram identificados problemas nos procedimentos para escolha das empresas, compra, contratação e distribuição da merenda escolar.

Vereadores de Sorocaba ouviram mais de 30 pessoas em seis meses (Foto: Reprodução/TV TEM)

Vereadores de Sorocaba ouviram mais de 30 pessoas em seis meses (Foto: Reprodução/TV TEM)

O documento também mostra que o modelo de refeição “prato feito” dificultava o controle da quantidade de refeições servidas nas escolas. As anotações das merendeiras, por exemplo, eram feitas em cadernos.

Segundo a presidente da CPI, Iara Berbardi, no preço do prato estava incluido tudo: produtos da agricultura familiar, produtos comprados e serviços, o que dificultava a fiscalização.

Ainda conforme o relatório, funcionários, secretários municipais e prefeitos de administrações anteriores teriam envolvimento nas irregularidades. Crimes como falsidade ideológica, fraude em processo licitatório e assédio moral também foram identificados ao fim das investigações.

Com a aprovação do relatório, o próximo passo da comissão vai ser encaminhar o documento ao Ministério Público Federal, Polícia Federal, Tribunal de Contas do Estado e ao Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação.

Por se tratar de um documento público, o relatório não precisa de aprovação em plenário. A comissão afirma que os valores a serem devolvidos aos cofres públicos passam de R$ 1,7 milhão.

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