Em funcionamento total há quase dez dias, o Pix, novo sistema instantâneo de pagamentos, vai gerar inclusão financeira e reduzir custos para a economia. A
Redação Publicado em 26/11/2020, às 00h00 - Atualizado às 09h42
Em funcionamento total há quase dez dias, o Pix, novo sistema instantâneo de pagamentos, vai gerar inclusão financeira e reduzir custos para a economia. A avaliação é do presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, que concedeu entrevista ao vivo hoje (25) ao programa A Voz do Brasil.
Segundo Campos Neto, o Pix está tendo alta adesão, com R$ 10 bilhões em transações na primeira semana e mais de 82 milhões de chaves cadastradas atualmente, por causa da praticidade e da transparência. Ele explicou que o novo sistema está em linha com a evolução do processo de pagamentos em todo o mundo e atende à demanda por um modelo rápido, barato, seguro e aberto.
“O Pix tem essas características. Tem uma característica de ser uma transferência muito barata, vai gerar novos modelos de negócio, vai baixar o custo operacional de pequenas empresas. Então, entendemos que o Pix veio para ficar e continuará crescendo. Vai ser uma forma de pagamento que vai gerar inclusão, melhoria no custo operacional das pessoas e das empresas”, declarou Campos Neto.
O presidente do BC informou que a pandemia do novo coronavírus acelerou a adoção da Agenda BC#, conjunto de medidas para modernizar o sistema financeiro brasileiro. Ele explicou que as ações têm três objetivos principais: aumentar a inclusão bancária, gerar competição entre as instituições para baixar os juros e estimular a educação financeira.
Para 2021, Campos Neto disse que, além das medidas de avanços tecnológicos, aceleradas durante a pandemia, o Banco Central pretende expandir a Agenda BC# em outras vertentes. Ele citou a ampliação do open banking (compartilhamento de informações entre as instituições financeiras), o incentivo ao cooperativismo de crédito e ao microcrédito e o estímulo a medidas de sustentabilidade, que permitam criar instrumentos financeiros que beneficiem o meio ambiente.
Sobre o open banking, Campos Neto explicou que a troca de informações entre as instituições financeiras resultará em redução de custos, à medida que os bancos deixarão de cobrar mais caro por desconhecerem o risco de cada cliente. “Como hoje temos um mundo avançando muito na produção de dados, o open banking diz que as informações tão valiosas para os bancos são informações suas. Então, você vai poder usar essas informações para seu próprio benefício em termos de aquisição de produtos mais baratos e mais adequados para seu perfil”, declarou.
Campos Neto comentou sobre a Semana de Educação Financeira, promovida nesta semana pelo BC. Ele destacou que o evento nasceu da necessidade de incentivar o acesso ao conteúdo disponível na internet, mas que não chega aos consumidores.
“Nós chegamos à conclusão de que o problema na educação financeira nem é tanto o conteúdo. Tem muito conteúdo disponível na internet, mas a gente precisava incentivar as pessoas a ter exposição a esse conteúdo. Porque, olhando os dados, chegamos à conclusão de que parte do superendividamento das pessoas é por consumir produtos financeiros de forma equivocada”, justificou.
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Agência Brasil
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