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Avião da Lion Air que sofreu acidente na Indonésia deveria ter permanecido em terra, aponta relatório preliminar

O avião da Lion Air que caiu na Indonésia no fim de outubro, uma tragédia que matou 189 pessoas, deveria ter permanecido em terra, depois de sofrer um

Avião da Lion Air que sofreu acidente na Indonésia deveria ter permanecido em terra, aponta relatório preliminar
Avião da Lion Air que sofreu acidente na Indonésia deveria ter permanecido em terra, aponta relatório preliminar

Redação Publicado em 28/11/2018, às 00h00 - Atualizado às 09h13


O avião da Lion Air que caiu na Indonésia no fim de outubro, uma tragédia que matou 189 pessoas, deveria ter permanecido em terra, depois de sofrer um problema técnico em um voo anterior, afirmou nesta quarta-feira (28) o Comitê de Segurança nos Transportes da Indonésia (KNKT).

“Durante o voo de Denpasar a Jacarta, anterior à viagem fatal, a aeronave sofreu um problema técnico, mas o piloto decidiu continuar o voo. Na nossa opinião, o avião não estava em condições de voar e não ter continuado”, declarou Nurcahyo Utomo, diretor do comitê.

Um Boeing 737 Max 8 da companhia de baixo custo, que seguia para Pangkal Pinang, caiu em 29 de outubro no mar de Java, 13 minutos depois de decolar de Jacarta. As 189 pessoas que estavam a bordo morreram no acidente. Até o momento 125 delas foram identificadas.

Os investigadores disseram que ainda tentam entender por que o avião caiu, mas citaram fatores como sensores defeituosos e um sistema automático de segurança, que repetidamente forçou o avião a baixar apesar dos esforços dos pilotos para corrigir o problema.

Como antecipou o “Washington Post” na terça-feira (27), um sistema automático que recebeu leituras incorretas de sensores aparentemente forçou o nariz da aeronave para baixo por diversas vezes contra vontade dos pilotos.

Investigador do Comitê de Segurança Nacional de Transporte, Nurcahyo Utomo, mostra miniatura do Boeing 737 MAX 8, durante apresentação nesta quarta-feira (28) de relatório preliminar da investigação sobre a queda do avião da Lion Air na Indonésia   — Foto: Achmad Ibrahim/ AP

Investigador do Comitê de Segurança Nacional de Transporte, Nurcahyo Utomo, mostra miniatura do Boeing 737 MAX 8, durante apresentação nesta quarta-feira (28) de relatório preliminar da investigação sobre a queda do avião da Lion Air na Indonésia — Foto: Achmad Ibrahim/ AP

Os pilotos simplesmente podem ter ficado sobrecarregados durante o voo, disse Ony Suryo Wibowo, um dos investigadores do acidente. “O problema é se múltiplos defeitos ocorrem todos de uma vez, qual deve ser priorizado?”, questionou.

Além da investigação preliminar indicar o problema vinculado às sondas de ângulo (AOA, Angle of Attack sensor) do Boeing 737 Max, foram registrados os problemas ligados ao sistema antibloqueio. Essas falhas foram reparadas e os diretores técnicos da companhia autorizaram a retomada dos voos com a aeronave.

Os investigadores chegaram a essa conclusão após análise da caixa-preta que registra os dados do voo, que foi recuperada, mas as autoridades ainda precisariam da caixa-preta que registra os sons da cabine para esclarecer a tragédia. No momento, as buscas estão suspensas. O relatório final será apresentado em 2019.

Equipe de resgate carrega corpo resgatado no mar após queda de avião com 189 pessoas a bordo na Indonésia, em imagem de arquivo — Foto: Stringer/Reuters

Equipe de resgate carrega corpo resgatado no mar após queda de avião com 189 pessoas a bordo na Indonésia, em imagem de arquivo — Foto: Stringer/Reuters

Neste relatório preliminar, a agência indonésia destaca que a companhia aérea deveria reforçar as medidas de segurança.

A Lion Air deve adotar medidas “para melhorar sua cultura de segurança” e garantir que todos os todos os documentos operacionais, que detalham os reparos nos aviões, “estejam preenchidos e documentados de modo adequado”, afirma o relatório.

Queda de avião na Indonésia — Foto: Infografia: Igor Estrella/G1

Queda de avião na Indonésia — Foto: Infografia: Igor Estrella/G1

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