“Fiquei quatro anos da minha vida tomando sete remédios. Hoje minha casca é grossa", dispara Lucas Lucco

Lucco falou como é o processo de criação das músicas de seus projetos e deu dá para quem está começando: “Faço uma coisa que chamo de gincana. Alugo uma casa grande em Goiânia e vem compositor de todo Brasil. Eu dou um briefing de como vai ser o dvd, a gente se divide em seis grupos de quatro e vai cada grupo para um canto da casa com um violão e no final da noite a gente se junta e cada grupo escolhe uma música que mais gostou. Uma dica que dou para quem está começando é: O que precisa para um artista sertanejo fazer sucesso hoje: não ser igual a ninguém e passar verdade”.

O cantor que não bebia nada alcoólico, contou também que isto mudou: “Comecei a beber tem um ano e meio só”. Agora ele conta que para ir a shows pede para seu irmão dirigir o carro ou, caso ele não beba, ele mesmo dirige, pois evita andar com motorista, pois tem medo de alguém dormir na estrada”.

O estereótipo sarado e tatuado foi um problema para Lucas Lucco se inserir no meio sertanejo: “No começo senti crítica negativa do público, não do meio. O sertanejo tem um público muito conservador que gosta do modão raiz. Mas eu entendi que isso sempre vai ter em todos os meios”.

Ainda sobre o início da carreira, Lucas lembrou dos momentos difíceis de depressão: “Foi muito meteórico, fiquei oito meses fazendo shows em Goiânia e já estava fazendo show no Brasil. Não tinha manual, foi muito rápido. Fama, estrada, noites sem dormir, distância da família, ferra a cabeça da pessoa. Deu quatro meses de carreira e tive bornout. Quando comecei era Luan e Gusttavo de solo, eles já estavam anos na minha frente e quis fazer dez anos em cinco e fiz tudo o que aparecia na minha frente, fiz Dança dos Famosos, novela e tudo o que surgia eu fazia. Veio depressão, síndrome do pânico e eu não podia fazer nada. Foi vale da sombra da morte. Minha carreira musical deu uma desandada, estava no piloto automático. Eu gravava Malhação todo dia e para fazer show eu fazia a mala chorando”.

Lucas procurou um psiquiatra: “Fiquei quatro anos da minha vida tomando sete remédios. Hoje minha casca é grossa. Desenvolvi técnicas para me ajudar a diminuir ansiedade, diminuir meu medo de gente”.

O cantor também relembrou que nesta fase foi xingado por fãs ao descer de um avião em Minas Gerias e não parar para fazer fotos: “Estava no pior momento da minha vida. O assessor disse que estávamos atrasados para o show e tínhamos que passar reto. Me senti muito mal”.

Outro momento marcante nesta fase da carreira do cantor foi um tapa na cara que ele levou no camarim: “Ia fazer um show no Sumaré e cheguei atrasado como sempre, por que era na época do Dança dos Famosos e a galera escondia as coisas de mim para eu não saber que estávamos atrasados e não me deixar nervoso. Meu assessor falou chegar lá colocar fome e ir para o palco, pois o público já está vaiando te esperando. Eu disse beleza. Entrei no camarim rápido e entrou três caras. Um baixinho disse para mim: e aí bonitão vai começar o show ou não vai e deu um tapa na minha cara e levantou a blusa e mostrou a arma. Entrei no palco e não troquei nem de roupa. Depois fui entender o cara era um traficante da cidade, ele não era dono do evento, mas manda na cidade. Meu segurança ficou caladinho. Isso tudo mexe muito com a gente”.

Hoje, recuperado da depressão, Lucas Lucco só tem a agradecer: “Apesar de todos os problemas e faria tudo de novo. Tenho mindset de vencedor. Me imaginei nestes lugares”.

Assista a entrevista completa no link: https://www.youtube.com/watch?v=u3jjwO0egAM