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Vírus de Marburg: entenda os sintomas e saiba como se proteger da doença mortal

A OMS confirmou nesta semana o surto da doença, que tem uma taxa alta de mortes

Imagem 3D do vírus de Marburg - Imagem: reprodução/Gavi Vaccine Allicance
Imagem 3D do vírus de Marburg - Imagem: reprodução/Gavi Vaccine Allicance

Mateus Omena Publicado em 15/02/2023, às 13h12


A Organização Mundial da Saúde (OMS) confirmou nesta semana o surto do vírus de Marburg, considerado um dos mais letais do mundo.

Na segunda-feira (13), autoridades de saúde da Guiné Equatorial anunciaram o primeiro surto do vírus. No mesmo dia, o governo de Camarões detectou dois casos suspeitos do vírus em uma região da fronteira com a Guiné Equatorial.

De acordo com a agência AFP, o vírus de Marburg é um primo do ebola e transmitido por morcegos. Ele foi detectado inicialmente na Alemanha em 1967 e é altamente infeccioso, com uma taxa de letalidade altíssima, de até 88%.

Apesar da preocupação das organizações de saúde, infectologistas afirmam que não há motivos para as sociedades entrarem em pânico, pois o risco de o vírus se espalhar pelo mundo é baixo, incluindo países como o Brasil.

Por outro lado, ainda não há vacina ou medicamento específico para combater o vírus. Depois que foi descoberto na Alemanha na década de 60, outros surtos e casos esporádicos da rara doença foram notificados na África, mas nenhum no Brasil.

Das 32 pessoas infectadas nas antigas Alemanha Ocidental e Iugoslávia, sete morreram.

A doença pode se espalhar pelo mundo?

Em entrevista à TV Globo, Alexandre Naime Barbosa, pesquisador da Unesp e vice-presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), explicou que, apesar da alta letalidade, o risco do vírus se espalhar pelos continentes é baixo, porque as pessoas infectadas ficam doentes - não é uma doença assintomática.

"Com os sintomas, dificilmente a doença passa despercebida. Obviamente, sempre vai existir o risco, mas não em larga escala".

Em relação à possibilidade do vírus chegar ao Brasil, Naime afirmou que não há motivos para preocupação.

"Precisamos ficar alertas em relação à amplitude do surto, se haverá casos exportados para outros países. Até o momento, a SBI recomenda que as autoridades de saúde do Brasil façam uma vigilância em concordância com a OMS e com a OPAS".

Transmissão

O vírus de Marburg é transmitido aos humanos por morcegos frugívoros (que se alimentam de frutas) e é disseminado através do contato direto com os fluídos corporais de pessoas, superfícies e materiais contaminados.

Sintomas da doença

Segundo especialistas, a doença é considerada grave e, em casos extremos, pode ser fatal.

A OMS informou que o vírus tem um período de incubação de 2 a 21 dias. No entanto, os médicos têm dificuldade para diagnosticá-lo, porque os sintomas são semelhantes a outras doenças infecciosas ou febres hemorrágicas virais. Entre os sintomas mais comuns, estão:

  • Febre;
  • Dor de cabeça;
  • Dores musculares;
  • Fadiga;
  • Vômito com sangue;
  • Diarreia.

Cura ou vacina

Por enquanto, não há vacinas ou tratamentos antivirais aprovados para tratar o vírus de Marburg. Mesmo assim, a OMS recomenda que beber muita água e tratar sintomas específicos da doença melhoram as chances de sobrevivência do paciente.

A organização afirma também que estão sendo estudados tratamentos potenciais, como terapias imunológicas, medicamentosas e vacinas.

Locais onde o vírus foi notificado

O governo da Guiné Equatorial confirmou recentemente o primeiro surto do vírus de Marburg. Os testes preliminares realizados após a morte de pelo menos nove pacientes na província de Kie Ntem, no leste do país, deram positivo em uma das amostras para a febre hemorrágica viral.

Em seguida, as autoridades de Camarões detectaram dois casos suspeitos do vírus em uma região da fronteira com a Guiné Equatorial. Em razão desses casos, a Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmou que aumentou sua vigilância epidemiológica na Guiné Equatorial.

No continente africano, surtos anteriores e casos esporádicos foram notificados em Gana, Angola, República Democrática do Congo, Quênia, África do Sul e Uganda, diz a OMS. A doença provocou a morte de mais de 200 pessoas em Angola em 2005, o surto mais mortal já registrado, informou a organização.

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