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Inovação na saúde

Sorvete para ansiedade? Conheça o alimento que promete reduzir os sintomas

O projeto inovador faz parte de um Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) do Instituto Mauá de Tecnologia

O projeto já está sendo reconhecido pela sua inovação - Imagem: arquivo pessoal
O projeto já está sendo reconhecido pela sua inovação - Imagem: arquivo pessoal

Vitória Tedeschi Publicado em 25/10/2023, às 10h50


Quando nos sentimos ansiosos ou tristes, muitas vezes, buscamos na comida uma forma de amenizar esses sintomas. A lógica tem fundamento: tudo o que comemos afeta, direta ou indiretamente, o funcionamento do cérebro. E, como consequência, a nossa saúde mental pode ser afetada se a nossa alimentação não vai bem.

No entanto, já imaginou um alimento para estes momentos que realmente auxiliem a reduzir os sintomas de ansiedade? Ele já existe e foi desenvolvido pelos formandos do curso de Engenharia de Alimentos do Instituto Mauá de Tecnologia (IMT), em São Paulo.

Alexandre Vaz Branco Junior, Andressa Nascimento Peres da Silva, Caroline Zimon Pavão e Gabriela Kayano criaram um gelado ou 'sorbet' com base de polpa de coco verde com probióticos (L. helveticus e B. longum) que auxiliam no melhor funcionamento do intestino e na redução de sintomas de ansiedade e estresse.

A base faz com que o gosto seja neutro, com um leve toque de coco, o que faz com que os consumidores possam usar o produto para fazer diferentes receitas com e consumir do melhor jeito que desejar.

Estudos mostram que depois da pandemia, os casos de pessoas diagnosticadas com ansiedade aumentaram muito, além disso, cada vez mais os alimentos indulgentes estão sendo procurados pelos consumidores, principalmente em momentos de tensão e estresse. Então por que não desenvolver um docinho gostoso que traga benefícios para a população?", afirma Caroline Zimon Pavão, umas das alunas responsáveis pela criação do sorvete.

"Pensamos em um sorvete, porque além de ser indulgente, sua temperatura de armazenamento e pH são fatores muito favoráveis para a sobrevivência dos probióticos", complementa ela.

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O projeto faz parte do Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) dos alunos e já está sendo reconhecido pela sua inovação / Imagem: arquivo pessoal

Os probióticos utilizados no projeto (Lactobacillus helveticus R0052 e Bifidobacterium longum R0175) foram apontados como seguros, e a alegação do benefício foi realizada numa publicação de 2012 no EFSA (European Food Safety Authority) e, em 2020, foi aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) a aplicação em suplementos alimentares.

Os alunos responsáveis pelo projeto estão concorrendo internamente em um prêmio de melhor projeto. Para saber mais a respeito e votar, clique aqui.

O que os probióticos tem a ver com a ansiedade?

Definidos pela OMS (Organização Mundial de Saúde) como microrganismos vivos que, quando ingeridos nas quantidades adequadas conferem benefícios à saúde, os probióticos têm se mostrado muito eficazes no tratamento e na prevenção de diversas condições que podem ser nocivas à saúde. A palavra probiótico significa “pró-vida”, ou seja, são bactérias do bem que ajudam a melhorar a saúde. 

De acordo com o Blog Memed, segundo estudos como o publicado pela SciELO Public Health, as bactérias intestinais contribuem para a regulação de várias condições psíquicas. Essa conexão é definida por estudiosos como eixo microbiota-intestinal-cérebro, definindo toda a ligação entre microorganismos e células do cérebro.

Segundo os pesquisadores, o efeito benéfico pode ser explicado pela ação anti-inflamatória que os probióticos têm em nosso organismo que, ao atuar no eixo microbióta-intestino-cérebro, traz benefícios para a saúde do cérebro e a sensação de bem-estar.

Além disso, dados levantados por pesquisadores mostraram modificações causadas na microbiota em indivíduos com depressão, estresse crônico e ansiedade, como desequilíbrio na flora intestinal.  Ou seja, mais um motivo para os probióticos serem grandes aliados às condições causadas pela saúde mental. 

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