Levantamento realizado pelo Instituto Multiplicidade com dados entre novembro de 2021 e abril deste ano, com o objetivo de medir a acessibilidade da população até locais de emprego formal, educação e saúde com no máximo 1 hora de trajeto
G1 Publicado em 27/07/2022, às 08h43
A população de São Paulo leva menos de uma hora para chegar até serviços como saúde, educação e trabalho formal em somente 34,6% dos casos de locomoção pela cidade, segundo dados de um levantamento realizado pelo Instituto Multiplicidade.
O estudo foi feito em 17 cidades do Brasil, a partir dos seguintes dados, coletados entre novembro de 2021 e abril deste ano.
Além de entrevistas com mais de 5 mil pessoas que fizeram viagens por meio do aplicativo da 99. Passageiros responderam se fizeram viagem de integração com ônibus ou se pretendiam fazer.
Com o objetivo de medir a acessibilidade da população a emprego formal, educação e saúde em até uma hora, foram determinadas duas categorias para calcular a distância mínima: a primeira considerou moradores que levam cerca de 30 minutos até esses destinos a pé, de bicicleta ou utilizando um carro por aplicativo com o valor máximo de R$ 10. E, a segunda, quem leva no máximo uma hora de ônibus no trajeto.
A partir disso, os pesquisadores criaram o Índice de Acesso às Oportunidades em Prol da Redução de Desigualdades (IAOD), uma nota gerada de forma integrada com o cálculo do acesso a serviços de saúde, trabalho formal e educação e a mobilidade urbana, de maneira que se possa comparar cidades com áreas geográficas diferentes.
O levantamento, feito em parceria com o aplicativo de transportes 99, gerou um ranking das seguintes cidades: Natal, Curitiba, Recife, Belo Horizonte, Fortaleza, Santo André, Goiânia, Rio de Janeiro, São Paulo, Vitória, João Pessoa, Campinas, São José dos Campos, Campo Grande, Manaus, Uberlândia e Teresina.
Natal, por exemplo, lidera o ranking, por ter a locomoção para emprego formal e espaços de educação e saúde acessíveis em 30 minutos ou em uma hora de ônibus em 57,1% dos casos, a maior nota entre as cidades pesquisadas. São Paulo fica em 9º, com 34,6%.
Já Teresina aparece em último, com apenas 12,6% dos casos. Os pesquisadores não conseguiram obter o dado de locomoção através de ônibus na cidade, pois, há meses, os usuários deste meio de transporte reclamam do número reduzido de veículos em circulação.
"Nós pegamos o mapa de cada cidade e colocamos em cima dele uma grade hexagonal e, a partir disso, mapeamos diversas áreas pequenas, sem analisar uma região completa como um todo. Pegamos dados do Censo e os aplicamos sobre essas áreas pequenas, cruzando com dados de educação e do SUS. A partir disso, tivemos uma precisão muito boa de como fazer essas medidas, sem necessariamente pegar uma área enorme de uma região e tratar como se fosse uma coisa só", afirma Glaucia Pereira, especialista em mobilidade urbana, responsável pelo levantamento e fundadora do Instituto Multiplicidade.
"34,6% foi a nota de São Paulo em um cálculo/matemática/algoritmo que envolve o quanto de espaços de educação, de saúde e postos de emprego formal podem ser alcançados por ônibus, bicicleta, a pé e por automóveis de aplicativo. Cada modo de transporte tem um peso diferente, definido considerando as possibilidades de os municípios fazerem políticas públicas", continua.
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