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Quase metade das moradias no Brasil enfrenta problemas de saneamento, aponta pesquisa

Dos 74 milhões de domicílios analisados, 1,3 milhão não tem banheiro, e 22,8 milhões não têm coleta de esgoto

Falta de saneamento básico. - Imagem: Reprodução | Instituto Trata Brasil / Agência Senado
Falta de saneamento básico. - Imagem: Reprodução | Instituto Trata Brasil / Agência Senado

Marina Roveda Publicado em 17/11/2023, às 07h52


Uma pesquisa divulgada hoje revela que 46,2% das moradias no Brasil enfrentam algum tipo de privação no saneamento básico. Dos 74 milhões de domicílios analisados, 8,9 milhões não têm acesso à rede geral de água, 16,8 milhões sofrem com frequência insuficiente de abastecimento, 10,8 milhões não possuem reservatório de água, 1,3 milhão não tem banheiro, e 22,8 milhões não contam com coleta de esgoto.

O levantamento, realizado pelo Instituto Trata Brasil com base em dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua Anual (PNADCA) do IBGE, destaca que 53,8% dos domicílios não enfrentam nenhuma privação, enquanto 25,2% têm uma, 9,9% duas, 9,3% três, 1,4% quatro e 0,4% cinco tipos de privações.

"A falta de água tratada ou a exposição ambiental ao esgoto, problemas decorrentes da privação de saneamento, interferem decisivamente na incidência de doenças com consequências para a saúde das crianças, jovens e adultos", ressalta o texto do estudo.

Impacto nos Estados e Grupos Raciais

  • Estados: O Pará lidera em falta de acesso à rede geral de água (3,9 milhões de pessoas), seguido por Minas Gerais (2,3 milhões) e Bahia (2,1 milhões).

  • Grupos Raciais: A privação atinge 9,8% dos brancos, 11,1% dos pretos, 9,6% dos amarelos, 15,9% dos pardos e 18,9% dos indígenas.

  • Abastecimento Irregular: Pernambuco é o estado mais afetado (6,3 milhões), seguido por Bahia (5,6 milhões) e Pará (4,6 milhões).

  • Grupos Raciais: O problema atinge 17,9% dos brancos, 24,3% dos pretos, 20,4% dos amarelos, 29,5% dos pardos e 32,5% dos indígenas.

  • Ausência de Reservatório: O Rio Grande do Sul lidera (4,7 milhões de pessoas), seguido por São Paulo (3,8 milhões) e Pará (2,7 milhões).

  • Grupos Raciais: A privação afeta 12,4% dos brancos, 16,5% dos pretos, 11,5% dos amarelos, 17,2% dos pardos e 22,7% dos indígenas.

  • Falta de Banheiro: O Pará é o estado mais afetado (983,5 mil pessoas), e a privação atinge 0,7% dos brancos, 2,1% dos pretos, 1,9% dos amarelos, 3,4% dos pardos e 5,1% dos indígenas.

  • Falta de Coleta de Esgoto: O Pará lidera novamente (7,02 milhões de pessoas), seguido pela Bahia (6,4 milhões) e Maranhão (5,4 milhões).

  • Grupos Raciais: A falta de coleta de esgoto atinge 24,2% dos brancos, 31% dos pretos, 24,8% dos amarelos, 40,9% dos pardos e 44,6% dos indígenas.

"A carência de serviços de coleta e de tratamento de esgoto é responsável por infecções gastrointestinais, principalmente em locais onde o esgoto é despejado em rios e córregos, tornando-se um sério problema de saúde pública", alerta o texto da pesquisa.

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