Desativado há 16 anos, o prédio onde funcionava o hospital Nossa Senhora da Paz, em São José do Rio Preto (SP), poderá enfim ser vendido após um imbróglio
Redação Publicado em 20/05/2018, às 00h00 - Atualizado às 11h24
Desativado há 16 anos, o prédio onde funcionava o hospital Nossa Senhora da Paz, em São José do Rio Preto (SP), poderá enfim ser vendido após um imbróglio judicial desde então.
A Justiça vai analisar as propostas dos interessados em comprar o prédio, numa espécie de leilão, que está marcado para esta segunda-feira (21).
Depois de muitos anos o hospital teve as portas abertas na última semana, mas não foi para pacientes, e sim, para interessados na compra.
Nos corredores muita sujeira, entulhos, salas vazias e empoeiradas. No centro cirúrgico equipamentos estão abandonados e, na antiga UTI neonatal, incubadoras deteriorando.
Os interessados em comprar o imóvel só puderam conhecer o prédio se fossem acompanhados pelo corretor nomeado pela Justiça.
“A maioria do pessoal que procurou é para área médica, se a proposta for fora da decisão pode ser que não seja vendido e vai para novo leilão”, afirma o corretor Júlio César Cardoso.
As propostas de compra já foram entregues à Justiça e serão abertas na segunda-feira. O valor mínimo que pode ser pago pelo imóvel é de R$ 30 milhões.
A construção fica em uma das áreas mais valorizadas de Rio Preto: 12 mil metros quadrados, quatro andares. O hospital foi inaugurado em 1980 e trabalhava com 115 leitos, sendo 32 de UTI, 10 consultórios médicos, seis centros cirúrgicos, berçário e unidade de radiologia.
O hospital era controlado por sócios. Considerado referência regional, o hospital fechou as portas em 2002, por causa de crise financeira.
A direção decidiu encerrar as atividades depois de uma crise financeira, endividamento e até um escândalo envolvendo soro contaminado que causou reação em pacientes e prejudicou a imagem do hospital.
A advogada Claudia Caron Nazareth representa os donos do hospital desde o fechamento. Ela explica que o dinheiro da venda do imóvel será usado para pagar cerca de 200 ex-funcionários que entraram com ações na Justiça trabalhista. Quem decide se o hospital Nossa Senhora da Paz será vendido ou não é a juíza responsável pelo caso.
“Na sequência, se ainda tiver saldo, serão pagos os débitos previdenciários e fiscais, nessa ordem. E depois pagar os fornecedores e bancos, mas não há valor para pagamento de toda a dívida”, afirma a advogada.
O valor total das dívidas é de R$ 80 milhões, sendo R$ 15 milhões trabalhistas e R$ 65 de débitos fiscais e com fornecedores.
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