Redação Publicado em 06/07/2022, às 00h00 - Atualizado às 20h21
O Cantareira, sistema que abastece a região da Grande São Paulo, opera hoje (6) com apenas 39,1% de sua capacidade, em nível de alerta. Esse é o nível mais baixo do reservatório para um mês de julho desde 2015, ano em que foi preciso que a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) utilizasse a reserva técnica [água abaixo das comportas] para o abastecimento.
O sistema vem operando em nível de alerta, abaixo dos 40% de sua capacidade, desde o dia 28 de junho. Há um ano, o volume do Cantareira era de 44,25%.
O Cantareira é o maior reservatório da região metropolitana de São Paulo e é responsável pelo abastecimento de água para 46% da população da região metropolitana.
Em julho de 2013, poucos meses antes de o estado de São Paulo enfrentar a sua maior crise de abastecimento, o sistema Cantareira operava com um volume de 56,30%, acima do que está sendo registrado hoje. Apesar disso, a Sabesp nega a possibilidade de crise de abastecimento. “A Sabesp esclarece que não há risco de desabastecimento neste momento na região metropolitana de São Paulo, mas orienta o uso consciente da água, em qualquer época e em todos os municípios em que opera”, disse a companhia, por meio de nota.
Os demais mananciais que compõem o Sistema Integrado Metropolitano estão em situação melhor que o do Cantareira. O volume do Alto Tietê está atualmente em 59,1%; o do Guarapiranga em 73,8%; o do Cotia em 80,6%; o do Rio Grande em 96,8%; o do Rio Claro em 43,9%; e o do São Lourenço em 87,2%. Com isso, o volume total armazenado nos mananciais que abastecem a região metropolitana de São Paulo está atualmente em 53,8%. Em julho de 2013, pouco antes da crise hídrica, esse volume total estava em 65%. “Neste momento, o Sistema Integrado opera com 53,8% da capacidade, nível similar, por exemplo, aos 51,2% de 2021, quando não houve problemas no abastecimento da região metropolitana”, disse a Sabesp.
Segundo projeções feitas pelo Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), se chover o esperado entre os meses de junho e setembro, o Cantareira deve chegar a setembro operando em torno de 28%, na faixa de restrição. Caso as chuvas fiquem abaixo de 25% do seu nível histórico para o período, o armazenamento do sistema pode cair a 26%.
A captação de água do Sistema Cantareira é condicionada ao nível de armazenamento de água do manancial observada no último dia de cada mês. Foram criadas cinco faixas, definidas por uma resolução conjunta (https://arquivos.ana.gov.br/resolucoes/2017/925-2017.pdf ) da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) e o Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE), em 2017, e que devem ser seguidas pela Sabesp.
Os cinco níveis criados pela resolução são: normal, quando o nível do reservatório é igual ou maior que 60%; atenção, quando é igual ou maior que 40% e menor que 60%; alerta, quando está maior que 30% e menor que 40%; restrição, quando é maior que 20% e menor que 30%; e especial, quando o volume acumulado é menor que 20%. Estas faixas orientam os limites de retirada de água do sistema.
Como no último dia 30 de junho o Sistema Cantareira estava com 39,7% da capacidade total, ele está operando na fase de alerta – fase que deve ser mantida até o dia 31 de julho caso seja mantido um volume entre 30% e 40%.
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