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CONFIRMADO

Relatório do 8 de janeiro enviado ao Congresso foi falsificado

Documentos da Abin revelam manipulação de relatório sobre ataques aos Três Poderes

Luiz Inácio Lula da Silva e Gonçalves Dias. - Imagem: Reprodução | Divulgação
Luiz Inácio Lula da Silva e Gonçalves Dias. - Imagem: Reprodução | Divulgação

Marina Roveda Publicado em 01/06/2023, às 08h03


Na tarde desta terça-feira, parlamentares da Comissão Mista de Controle das Atividades de Inteligência (CCAI) doCongresso Nacional tiveram acesso a um conjunto de documentos da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) relacionados aos ataques ocorridos em 8 de janeiro. Esses documentos, entregues ao ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, prometem gerar fortes repercussões na CPI que investiga os referidos ataques às sedes dos Três Poderes.

Os documentos em questão consistem em dois relatórios da Abin sobre o incidente, e a comparação entre eles revela que o Gabinete de Segurança Institucional (GSI), comandado na época pelo general Gonçalves Dias durante o governo de Lula, adulterou o primeiro relatório de inteligência enviado ao Congresso. Nessa alteração, foram removidos registros que indicavam que o general havia sido informado, por meio de mensagens em seu celular, sobre os crescentes riscos de tumultos e invasões a prédios públicos.

A informação foi confirmada por parlamentares que participaram da sessão secreta da CCAI, durante a qual tiveram acesso aos dois documentos. A CPI do 8 de janeiro também receberá esses relatórios em breve. Após a publicação dessa reportagem, o governo anunciou que levantará o sigilo dos relatórios, conforme revelado pelo jornal O GLOBO.

Durante a análise dos documentos, os parlamentares constataram que o primeiro relatório, entregue à comissão em 20 de janeiro e assinado pelo diretor-adjunto Gê Dias, Saulo Moura da Cunha, não mencionava os onze alertas que o ministro recebeu em seu próprio celular entre os dias 6 e 8 de janeiro, acerca das movimentações dos golpistas.

Essa revelação sobre a adulteração do relatório de inteligência promete trazer consequências significativas à CPI do 8 de janeiro, abrindo espaço para aprofundar a investigação sobre a atuação do GSI durante os ataques ocorridos naquele dia. O papel desempenhado pelo general Gonçalves Dias e a possível ocultação de informações relevantes gerarão debates acalorados e a necessidade de esclarecimentos adicionais. A transparênciados relatórios e a apuração rigorosa dos fatos se tornarão pontos cruciais no desenvolvimento das investigações e na busca pela responsabilização dos envolvidos.

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