Projeto será instalado nas avenidas Santos Dumont, Tiradentes, Prestes Maia, Ruben Berta e Bandeirantes
G1 Publicado em 08/08/2022, às 08h31
A Prefeitura de São Paulofoi autorizada pela Secretaria Nacional de Trânsito, a ampliar a faixa azul exclusiva para motos, instalada na Av. 23 de Maio em janeiro deste ano, para as avenidas Santos Dumont, Tiradentes, Prestes Maia, Ruben Berta e Bandeirantes.
No final de julho, a Câmara Temática decidiu pela expansão do projeto. A autorização foi publicada no Diário Oficial da União nesta segunda-feira (8). A liberação é em caráter experimental e tem validade por um ano.
A Prefeitura de São Paulo alega que a medida reduziu mortes e acidentes desde que foi implementada.
Faixa Azul na Av. 23 de Maio tem 78% de adesão e queda no registro de acidentes no 1º semestre de operação, diz CET
Em maio, três meses após o começo da operação da faixa azul, a administração municipal disse que os congestionamentos caíram cerca de 35% em relação ao mesmo período de 2019, antes da pandemia.
Segundo o estudo, nesse período não houve nenhum acidente grave ou mortes na avenida após a implantação da faixa.
Segundo a Prefeitura, nos três primeiros meses deste ano, a lentidão no trânsito caiu 5,5% porque as motos não ficam mais mudando constantemente de faixa após a implantação da faixa exclusiva.
Histórico
A experiência de anos anteriores foi diferente deste de 2022. O uso de motofaixas já foi desaconselhado pela Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), órgão da gestão municipal responsável pelo controle do trânsito da cidade, em boletim técnico de 2018.
A prefeitura já havia tentado, em outras duas ocasiões, manter motofaixas no Centro e na Zona Sul da capital, mas a iniciativa não deu certo e ambas as faixas foram extintas em 2013.
Na época, o Executivo municipal anunciou que tinha desistido oficialmente das motofaixas porque, ao contrário do esperado, o número de acidentes envolvendo motos aumentou em decorrência das faixas de tráfego.
Segundo o estudo da CET de 2018, com base em números decorrentes das duas ciclofaixas aplicadas na cidade à época, "os dados de acidentes demonstram que, a despeito de todos os esforços, não foram alcançados os patamares mínimos de segurança na circulação dos motociclistas e dos demais usuários das vias onde foram implantadas as faixas exclusivas de motocicletas. Ao contrário do esperado, tais vias apresentaram elevação dos números de acidentes, mesmo quando o resto da cidade apresentava reduções tanto do número de ocorrências e vítimas geradas", escreveram os técnicos.
Sobre o uso de uma faixa entre os corredores de carros, espaço usado pelos motociclistas atualmente, a CET dizia que a circulação entre faixas é que causa os acidentes.
"Circular entre faixas, em elevada velocidade, como visto na caracterização dos acidentes anteriormente abordada, é uma das principais causas de acidentes graves envolvendo motocicletas (...). De maneira geral, o que se observa é que, trafegar entre as faixas veiculares, em velocidades elevadas ou inadequadas à condição de fragilidade em que se encontra o próprio motociclista, sem proteção para o corpo além dos EPIs, muitas vezes sequer utilizados, eleva exponencialmente gravidade dos acidentes envolvendo motocicletas", afirmaram os técnicos da CETno documento.
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