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Posicionamento de Lula sobre a guerra entre Ucrânia e Rússia continua o mesmo, apesar de negar ter igualado os países

Junto ao presidente português Marcelo Rebelo de Sousa, o líder do PT recordou que o Brasil condenou a invasão russa na ONU

Zelensky e Lula. - Imagem: Reprodução | Telegram Zelensky
Zelensky e Lula. - Imagem: Reprodução | Telegram Zelensky

Marina Roveda Publicado em 22/04/2023, às 16h20


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi criticado por suas recentes declarações sobre a Guerra na Ucrânia, o que provocou um protesto da comunidade ucraniana em Lisboa, Portugal, onde ele está desde sexta-feira (21). No sábado, 22 de abril, Lula retornou ao assunto e adotou um tom mais conciliatório, mas não recuou de sua posição de que nenhum dos dois países quer parar o conflito que começou em 24 de fevereiro do ano passado. Lula enfatizou que o Brasil condena a Rússia pela ocupação do espaço e por violar a integridade territorial da Ucrânia. Ele disse que o Brasilestá tentando encontrar uma maneira de estabelecer a paz entre a Rússia e a Ucrânia e está procurando um grupo de pessoas dispostas a passar algum tempo conversando com todos que defendem a paz. Lula quer que os dois países confiem em mediadores externos para ajudar a encontrar uma solução para o conflito.

Durante seus primeiros oito anos no cargo (de janeiro de 2003 a dezembro de 2010), Lula sempre reivindicou um assento no Conselho de Segurança da ONU e tem aspirações de se tornar um importante mediador de paz no leste europeu. Ele insistiu em palavras e expressões como "buscando a paz", "sentando à mesa" e "encontrando uma solução", mas até agora não ofereceu nenhuma solução viável. Lula disse que é necessário encontrar um grupo de países que possa formular a ideia de interromper a guerra, e ambos os países devem confiar em mediadores externos para ajudar a resolver o problema e construir o fim da guerra. Lula acredita que é melhor encontrar uma solução em uma mesa de negociação do que no campo de batalha.

Em relação à posição da UE de enviar armas e recursos para a Ucrânia, Lula manteve sua posição de que falar de paz contribui para a paz, e Olaf Scholz, o chanceler alemão, havia pedido ao Brasilpara vender mísseis para doar à Ucrânia, mas o Brasil recusou.

Rebelo, o presidente português, informou Lula que Portugal está com a UE. Portugal condena a invasão russa e apoia a Ucrânia e seu povo, o que foi uma violação dos princípios fundamentais da Carta da ONU. Portugal acredita que faz sentido aplicar as resoluções da ONU, que foram amplamente aprovadas pela Assembleia Geral.

Essas resoluções resultaram em condenação e levaram ao pedido de retirada imediata das forças russas, o que é uma condição fundamental para encontrar não apenas reparações para aqueles que foram atacados, mas também um ponto de partida para buscar uma afirmação duradoura e justa dos princípios do direito internacional. Portugal, em solidariedade à OTANe à União Europeia, acredita que é necessário encontrar uma solução para a guerra na Ucrânia.

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