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Governo publica MP que possibilita renegociar dívidas do Fies

O governo federal publicou no “Diário Oficial da União” uma medida provisória (MP) com regras para renegociação de dívidas do Fundo de Financiamento

Governo publica MP que possibilita renegociar dívidas do Fies
Governo publica MP que possibilita renegociar dívidas do Fies

Redação Publicado em 31/12/2021, às 00h00 - Atualizado às 10h17


O governo federal publicou no “Diário Oficial da União” uma medida provisória (MP) com regras para renegociação de dívidas do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies).

O Fies é um programa pelo qual o governo federal paga as mensalidades de estudantes de graduação em instituições privadas de ensino superior enquanto eles cursam a faculdade. Por se tratar de um financiamento, o estudante precisa quitar a dívida posteriormente.

A MP assinada pelo presidente Jair Bolsonaro entrou em vigor ao ser publicada no “Diário Oficial da União” na quinta-feira (30), porém terá de ser aprovada em 2022 por deputados e senadores para que não perca a validade.

Segundo o governo, poderão renegociar as dívidas estudantes que formalizaram a contratação do Fies até o segundo semestre de 2017 e que estejam com débitos vencidos e não pagos há mais de 360 dias (completamente provisionados) ou há mais de 90 dias (parcialmente provisionados).

A MP permite a concessão de descontos nos juros e multas, troca ou oferta de garantias e o parcelamento dos débitos. A adesão à renegociação pode ter desconto de até 92% no valor devido, desconto integral nos encargos moratórios e parcelamento em até 150 meses (12 anos).

Estudantes inscritos no Cadastro Único dos programas sociais do governo ou que receberam o auxílio emergencial em 2021 têm condições diferenciadas na negociação O desconto de até 92% no saldo devedor vale para esses estudantes, desde que com atraso nas mensalidades superior a 360 dias. Os demais estudantes, com o mesmo período de atraso, podem ter desconto de até 86,5%.

No casos de atrasos de 90 dias, a MP permite desconto da totalidade dos encargos e de 12% do valor principal da dívida para pagamento à vista. Quem deseja parcelar o débito, pode dividir a conta em até 150 meses , com redução 100% de juros e multas.

Desconto máximo para pagamento à vista da dívida total consolidada

Entre 91 e 180 dias5%3%
Entre 181 e 270 dias7%5%
Entre 271 e 360 dias9%7%
Superior a 360 dias12%9%

Desconto máximo sobre encargos no parcelamento do salvo devedor

Cadastro Único ou auxílio emergencial 2021Demais financiados
25% a 100%10% a 75%

Prazos para parcelamento do saldo devedor

Cadastro Único ou auxílio emergencial 2021Demais financiados
84 a 150 meses72 a 120 meses

Em uma transmissão nas redes sociais, Bolsonaro afirmou que o saldo devedor do Fies é de R$ 106 bilhões, dos quais 31 bilhões são de contratos com atraso superior a um ano nas parcelas, dívida que envolve cerca de 900 mil pessoas.

A situação dos estudantes que financiaram a faculdade se agravou nos últimos dois anos em razão da pandemia de Covid-19.

O governo informou que a renegociação será realizada por meio dos canais de atendimento dos agentes financeiros que trabalham com o Fies.

Como funciona o Fies

O Fundo de Financiamento Estudantil é o programa pelo qual o governo federal paga as mensalidades de estudantes de graduação em instituições privadas de ensino superior enquanto eles cursam a faculdade.

  • Para participar, o estudante precisa estar matriculado em uma instituição que aderiu ao programa, além de apresentar os documentos exigidos e firmar um contrato de financiamento no Banco do Brasil ou na Caixa Econômica Federal;
  • O financiamento pode ser só de um valor parcial da mensalidade ou integral, e não é preciso financiar todos os semestres da graduação;
  • Após a formatura, existe um período de carência antes de que os formados precisem começar a pagar pelo valor financiado;
  • Após o período de carência começa a fase de amortização, na qual o ex-estudante paga ao banco mensalmente as prestações do financiamento, com juros mais baixos do que nos financiamentos privados;
  • Mas, caso o ex-estudante não consiga pagar a prestação, ele depende que o próprio governo federal abra programas de renegociação, já que não é possível renegociar a dívida individualmente nos bancos;
  • Entre 2010 e 2014, o Fies foi reformulado e passou por uma expansão que fez o número de contratos crescer exponencialmente. Depois, o programa passou por novos ajustes quanto aos critérios para adesão das faculdades, dos estudantes e das condições de pagamento da dívida.
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G1
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