Eleições 2024: representatividade feminina é destaque com mais prefeitas eleitas no Brasil

As eleições municipais do último domingo (6) revelaram um avanço significativo na representatividade feminina no cenário político brasileiro. Dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) indicam que 717 mulheres foram eleitas prefeitas, registrando um aumento de 9% em relação ao primeiro turno das eleições de 2020. Dessas, 44% conseguiram a reeleição, assegurando a continuidade de suas gestões.
Um fato marcante foi a eleição de Mara Bertaiolli, do Partido Liberal (PL), que se destacou ao ser a primeira mulher a ocupar o cargo de prefeita em Mogi das Cruzes, São Paulo. Entre as cidades com mais de 200 mil eleitores, apenas cinco elegeram mulheres já no primeiro turno. Entre as prefeitas reeleitas estão nomes como Marilia Campos (PT) em Contagem, Margarida Salomão (PT) em Juiz de Fora, Suéllen Rosim (PSD) em Bauru e Nina Singer (PSD) em São José dos Pinhais. Além disso, treze cidades ainda têm candidatas no segundo turno, incluindo sete capitais.
No universo eleitoral feminino, das 2.344 candidatas ao cargo de prefeita, cerca de 30% lograram êxito nas urnas, refletindo um aumento de cinco pontos percentuais comparado à eleição anterior. Esse incremento foi especialmente impulsionado por partidos de centro, que juntos elegeram 367 prefeitas. O MDB lidera essa lista com 128 prefeitas eleitas, seguido pelo PSD com 101, PP com 89, União Brasil com 87 e PL com 60.
Por outro lado, o Partido dos Trabalhadores (PT) conseguiu eleger mulheres em 41 prefeituras. Os estados que mais se destacaram em termos de prefeitas eleitas foram Roraima, Rio Grande do Norte e Paraíba. Em todo o país, as mulheres participaram da disputa eleitoral em 1.969 cidades.
Apesar da significativa conquista feminina neste pleito, o número total de mulheres prefeitas ainda é inferior ao dos homens ocupando o mesmo cargo. Contudo, a participação feminina tem mostrado uma tendência crescente ao longo dos anos: de 318 prefeitas em 2000 para 676 em 2020. Embora haja um aumento na quantidade de candidatas pela direita política, é nos partidos de esquerda que a participação feminina é mais expressiva. No contexto geral das eleições deste ano, as mulheres representaram aproximadamente 15% do total de candidatos registrados.