Diário de São Paulo
Siga-nos
Igualdade!

Dia da Mulher: Rosa Weber reclama da falta de profissionais femininas no Judiciário

A crítica foi feita no evento "O Olhar Delas", que contou com lideranças femininas de diversos setores

Presidente do STF, ministra Rosa Weber - Imagem: reprodução/STF
Presidente do STF, ministra Rosa Weber - Imagem: reprodução/STF

Mateus Omena Publicado em 08/03/2023, às 13h22


A presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Rosa Weber, reclamou da falta de representatividade feminina nos tribunais, nesta quarta-feira (8).

O discurso foi feito no evento "O Olhar Delas", realizado pelo tribunal no Dia Internacional da Mulher com participação da médica e pesquisadora Margareth Dalcomo, a atriz Regina Casé e a representante do povo Piratapuya Alcineide Cordeiro.

De acordo com a ministra, a precária presença de mulheres nesse setor, assim como em outras atividades e espaços de decisões, também é um "déficit para a democracia".

Rosa Weber é a terceira mulher a integrar o Supremo desde a fundação da Corte, no entanto outros 169 homens já passaram pelo tribunal. Antes de Rosa, foram nomeadas as ministras Cármen Lúcia, indicada pelo então presidente Lula em 2006, e Ellen Gracie, já aposentada, indicada pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) em 2000.

“O déficit de representatividade feminina significa um déficit para a própria democracia brasileira. Reverter essa disparidade histórica é imperativo que nos desafia a todos”, criticou Rosa Weber.

A presidente do STF recordou ainda que no Superior Tribunal de Justiça (STJ), presidido pela ministra Maria Thereza de Assis Moura, existem apenas seis ministras entre os 33 integrantes do tribunal. Enquanto que Maria Thereza é a segunda mulher a liderar a Corte.

"E tanto lá como cá, pela mesma desproporção na origem, o exercício da presidência da ministra Maria Thereza é motivo de júbilo”.

E acrescentou: “Mesmo quando nós mulheres logramos ocupar o espaço institucional, maior é o esforço a despender para sermos ouvidas em pé de igualdade aos homens."

A ministra Cármen Lúcia também declarou que ainda há um "longo caminho" para que a data do Dia Internacional da Mulher seja apenas de comemoração. "Somos uma sociedade brasileira de muitas humanidades, mas com muitas desumanidades".

Compartilhe  

últimas notícias