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Dez anos após proposta original, Alesp aprova projeto de deputado com filho como coautor

A Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) aprovou na terça-feira (24) um projeto de lei que estava pronto para votação desde 2011. De autoria do

Dez anos após proposta original, Alesp aprova projeto de deputado com filho como coautor
Dez anos após proposta original, Alesp aprova projeto de deputado com filho como coautor

Redação Publicado em 27/08/2021, às 00h00 - Atualizado às 08h22


A Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) aprovou na terça-feira (24) um projeto de lei que estava pronto para votação desde 2011. De autoria do então deputado João Mellão Neto, morto em 2020, o texto teve uma releitura proposta por seu filho, o agora deputado Ricardo Mellão (Novo).

O projeto original acrescenta a regulamentação de denúncias e reclamações à lei de defesa do usuário dos serviços públicos estaduais. Ele foi protocolado em 2009 na Casa, e ficou pronto para a Ordem do Dia – isto é, pronto para votação em plenário — em 2011. Como o original já estava pronto para votação, mas desatualizado, propôs um novo. “Meu projeto nada mais fez do que apenas atualizar a ideia dele de acordo com as leis atuais”, disse, após a aprovação.

Na prática, o projeto original será arquivado, e o atualizado segue para sanção ou veto do governador João Doria (PSDB). O texto oficial, porém, terá assinatura conjunta, de pai e filho, conforme determinado pelo presidente da Alesp, Carlão Pignatari (PSDB). Em homenagem, Carlão transferiu temporariamente a presidência da sessão a Mellão, que prestou tributo ao pai. “Quero que todos saibam que votaram e aprovaram um projeto do ex-deputado João Mellão Neto”, disse o parlamentar do Novo.

Não há uma justificativa para o projeto não ter sido votado durante todo esse período. Segundo a Alesp, são inúmeras as razões que levam projetos preparados para o voto não serem de fato votados, entre elas autores que não são mais parlamentares, matérias que perdem o objeto e também a opção por priorizar outros projetos.

Até o início desta semana, 4.201 projetos de lei estavam prontos para a Ordem do Dia. Com a aprovação do projeto de Ricardo Mellão e o arquivamento do projeto original, passam a ser 4.200.

O mais antigo deles data de 1990. É um projeto do Executivo, enviado pelo governador Orestes Quércia (1987-1991), do então PDMB.

Projeto de lei enviado à Assembleia em 1990 pelo então governador Orestes Quércia (PMDB) é o mais antigo dos 4.200 prontos para serem votados — Foto: Reprodução
Projeto de lei enviado à Assembleia em 1990 pelo então governador Orestes Quércia (PMDB) é o mais antigo dos 4.200 prontos para serem votados — Foto: Reprodução

A proposta de Quércia determinava uma divisão administrativa nos cartórios do interior e da região metropolitana de São Paulo. Criava cartórios de protesto de títulos em Campinas, Guarulhos, Jundiaí, Osasco, Santo André, São Bernardo do Campo, São José do Rio Preto e Sorocaba. Uma vez instalados, extinguiria os anexos de protesto de títulos nos respectivos cartórios de registros de imóveis.

Apesar de proposto em 1990, o projeto só ficou pronto para votação em 1993, quando Quércia já não era governador, e não foi votado até hoje.

Questionada se estuda reduzir o volume de projetos prontos para a Ordem do Dia, a Alesp afirmou que a cada início de legislatura arquiva as proposituras apresentadas na anterior caso elas dependam de algum parecer. Se não for este o caso, continuam tramitando normalmente.

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G1

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