O tenente-coronel está dando seu depoimento nesta sexta-feira (22), ao desembargador Airton Vieira, que faz parte da equipe do ministro Moraes
Lillia Soares Publicado em 22/03/2024, às 14h44
Nesta sexta-feira (22), o tenente-coronel Mauro Cid, que já foi ajudante próximo do ex-presidente Jair Bolsonaro, está sendo ouvido pelo Supremo Tribunal Federal (STF), para prestar esclarecimentos sobre os áudios nos quais ele expressa críticas à Polícia Federal e ao ministro do STF, Alexandre de Moraes.
O tenente-coronel Mauro Cid está dando seu depoimento ao desembargador Airton Vieira, que faz parte da equipe do ministro Moraes. A audiência começou às 13h, e Cid saiu de casa no começo da tarde de hoje. Conforme informa o portal O Globo, um representante da Polícia Federal e outro da Procuradoria-Geral da República também estão participando do interrogatório.
Além disso, depois que as gravações foram divulgadas pela revista "Veja", a Polícia Federal está pensando em cancelar o acordo de delação premiada com Cid. Eles vão decidir isso depois de ouvirem as explicações do militar.
Vale ressaltar que se o acordo for cancelado, ele pode perder os benefícios que tinha conseguido com Moraes e ser preso de novo. Cid é investigado em casos relacionados a uma suposta conspiração, falsificação de carteira de vacinação e roubo de jóias do acervo do ex-presidente. Ele ficou quatro meses preso em 2023 antes de concordar em colaborar com as investigações.
Nos áudios, Mauro Cid diz que foi pressionado a falar sobre coisas que não teriam acontecido ou das quais ele não teria conhecimento. Ele afirma que a Polícia Federal já tinha decidido o que queria ouvir estava com "a narrativa pronta "e não queria saber a verdade.
Sobre Moraes, Cid diz que o magistrado tem controle total da situação: “Ele prende, ele solta, quando ele quiser, como ele quiser. Com Ministério Público, sem Ministério Público, com acusação, sem acusação”.
Em comunicado, os advogados de Cid afirmaram que as gravações "aparentam ser clandestinas" e que as declarações foram feitas em um contexto de "desabafo", no qual ele "expressa as dificuldades e angústias pessoais, familiares e profissionais" que está enfrentando.
Os advogados também afirmaram que Cid nunca questionou a independência, eficiência e honestidade da Polícia Federal, da Procuradoria-Geral da República ou do Supremo Tribunal Federal durante as investigações em que ele é colaborador. O comunicado foi assinado pelos advogados Cezar Bitencourt, Jair Alves Pereira e Vânia Bitencourt.
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