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São Paulo é o estado do Brasil que mais mata pessoas trans, aponta pesquisa

Brasil registrou 145 assassinatos de pessoas trans em 2023

São Paulo é estado do Brasil que mais mata pessoas trans, aponta pesquisa - Imagem: Reprodução/Freepik
São Paulo é estado do Brasil que mais mata pessoas trans, aponta pesquisa - Imagem: Reprodução/Freepik

Gabrielly Bento Publicado em 29/01/2024, às 19h18


O Brasil registrou 145 assassinatos de pessoas trans em 2023, um aumento de 10,7% em relação ao ano anterior, já que em 2022, foram registrados 131 assassinatos. Pelo 15º ano consecutivo, o Brasil se destaca como a nação responsável pelo maior número de homicídios de indivíduos trans no cenário global.

A pesquisa foi realizada pela Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra) e divulgada nesta segunda-feira (29), Dia Nacional da Visibilidade Trans. A grande maioria das vítimas de assassinatos motivados por transfobia, 94%, foram travestis e mulheres trans, totalizando 136. Outros 5 casos envolveram pessoas trans defensoras de direitos humanos e 9, homens trans e pessoas transmasculinas.

"Considerando o perfil das vítimas, a maioria das pessoas trans assassinadas ano passado foram travestis e mulheres trans, jovens entre 15 e 29 anos e aquelas que vivenciam a sua identidade de forma aberta e pública", diz o documento.

Casos de homicídios de pessoas trans desde 2017:

  • 2023: 145 casos
  • 2022: 131 casos
  • 2021: 140 casos
  • 2020: 175 casos
  • 2019: 124 casos
  • 2018: 163 casos
  • 2017: 179 casos

O estado de São Paulo foi o que registrou o maior número de assassinatos, com 19 casos. Em seguida, vêm o Rio de Janeiro (16) e Ceará (12).

Segundo os dados levantados, 65% (90 ocorrências) dos óbitos ocorreram em localidades não capitais, como por exemplo: interiores. Veja a tabela a seguir:

São Paulo é estado do Brasil que mais mata pessoas trans, aponta pesquisa
Imagem: Reprodução/Antra

A maioria dos assassinatos foi motivada por transfobia, ou seja, por discriminação contra pessoas trans. As vítimas foram mortas por armas de fogo, espancamento, arma branca, apedrejamento, asfixia e/ou estrangulamento e outros meios violentos.

“A ausência de dados governamentais é um problema sério que precisa de atenção. Dados sobre essas violências seguem inexistentes ou insuficientes quando comparadas com o que é reportado pelos canais de notícias. E é urgente saber onde está sendo ‘perdida’ essa informação”, afirma a Antra.

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