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Racismo!

Polícia diz se conseguiu identificar torcedor acusado de racismo no jogo entre São Paulo e Fluminense

Policiais militares que passavam pelo local onde supostamente o torcedor são-paulino fazia gestos racistas não tinham como ver, pois estavam concentrados para conter um torcedor agressivo

Segundo a Polícia Militar, seus agentes não teriam percebido o gesto racista - Imagem: reprodução Twitter @Bnhbrandao/17.jul.22
Segundo a Polícia Militar, seus agentes não teriam percebido o gesto racista - Imagem: reprodução Twitter @Bnhbrandao/17.jul.22

Jair Viana Publicado em 19/07/2022, às 16h42


O torcedor são-paulino, acusado de usar de racismo contra um torcedor do Fluminense, no domingo, 17, no Morumbi, ainda não foi identificado pela Polícia Civil. Segundo a Polícia Militar, seus agentes não teriam percebido o gesto racista.

O episódio teria acontecido nas arquibancadas no estádio do Morumbi, durante o empate em 2 a 2 entre as equipes, pela 17ª rodada do Campeonato Brasileiro.

O delegado Cesar Saad, da Delegacia de Polícia de Repressão aos Delitos de Intolerância Esportiva (DRADE), informou que um boletim de ocorrência foi registrado, e a Polícia está tentando identificar o acusado por reconhecimento facial.

"O Boletim de Ocorrência foi registrado. Nós estamos tentando identificar o torcedor por reconhecimento facial. A vítima foi localizada por causa do post do Twitter. A parte criminal da investigação já está em andamento esse inquérito", disse.

A Ouvidoria das Polícias quer que os policiais sejam ouvidos no inquérito.

O São Paulo também diz ter registrado um boletim de ocorrência contra os torcedores que aparecem nos vídeos que viralizaram. Nas redes sociais, o presidente do clube, Júlio Casares lamentou os casos.

"Aqui está Leônidas da Silva, nosso eterno DIAMANTE NEGRO! Desde sua fundação, o São Paulo F.C. é de todos e prima pelo respeito de nossos semelhantes. Após devidamente identificado, tomaremos as medidas cabíveis administrativas e jurídicas, para impedir esse agressor de adentrar as dependências do Estádio do Morumbi!", escreveu Casares em seu perfil.

A acusação de racismo partiu de um homem, que usou uma rede social cujo o perfil aprece como "Brandão Fluminense". Ele postou um vídeo do torcedor do São Paulo imitando um macaco em uma das arquibancadas do estádio.

O tal Brandão disse: "Hoje 17/07/22, fui no Morumbi assistir o jogo com uns amigos e infelizmente fui vítima de racismo pelo um torcedor do São Paulo. Não quero nada com esse vídeo, até porque sei a importância que eu tenho. Mas isso tem que acabar. RACISMO É CRIME E INFELIZMENTE AINDA EXISTE" (sic).

Logo após a denúncia feita pela conta "Brandão Fluminense", um outro vídeo, agora mostrando um torcedor fazendo gestos que seriam uma imitação de macaco começou a circular nas redes sociais.

Ainda no domingo, o São Paulo se pronunciou em nota oficial se colocando à disposição das autoridades para identificar o agressor.

O clube do Morumbi também vai colocar o departamento jurídico para auxiliar a polícia e, caso o torcedor seja sócio, será banido do estádio. O Fluminense, por sua vez, repudiou o ato e pediu celeridade na investigação do caso.

NÃO VIRAM

Além do caso de racismo, o vídeo também mostra três policiais militares passando pelo local no momento em que o são-paulino faz os gestos em direção à torcida do Fluminense. A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo disse que os oficiais não perceberam que se tratava de um caso de racismo.

Para a Secretaria, crimes dessa natureza não podem ficar impunes. "A SSP informa que crimes de intolerância no esporte não podem passar impunes", disse em nota.

A Polícia Militar esclarece que as cenas exibidas foram captadas no momento em que a equipe policial se deslocava a fim de coibir a ação de torcedores agressivos que estavam localizados em um plano mais elevado da arquibancada e não perceberam os gestos do torcedor.

"A Polícia Civil informa que o fato será registrado e investigado pela 6ª Delegacia de Polícia de Repressão aos Delitos de Intolerância Esportiva (DRADE). A autoridade policial analisa o vídeo para identificar o autor e a vítima e chamá-los para prestarem depoimento", disse em nota.

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