Grávida estuprada durante parto já sabe do crime sofrido, diz delegada do caso
Mateus Omena Publicado em 15/07/2022, às 16h07
A Polícia Civil do Rio de Janeiro informou que está investigando mais de 30 possíveis casos de estupro de pacientes que foram atendidas pelo médico anestesista Giovanni Quintella Bezerra, 32.
Ele foi preso em flagrante no Hospital da Mulher Heloneida Studart, em São João de Meriti, na Baixada Fluminense, após estuprar uma gestante que estava entorpecida durante o trabalho de parto.
Segundo a delegada Bárbara Lomba, responsável pelo inquérito, a Deam (Delegacia de Atendimento à Mulher) vai analisar os pormenores dos casos.
"São mais de 30 pacientes identificadas [também] em outros hospitais e nós vamos continuar identificando. Não são relatos ainda. Nós precisamos investigar. Primeiro fazer uma triagem, saber o tipo de procedimento, o que aconteceu e aí vamos aprofundando".
A delegada também repudiou o crime cometido por Giovanni Bezerra e classificou o ato como covarde.
"Toda essa ação é algo repugnante. Foi um abuso, inclusive de poder, de uma posição de que não seria suspeito e mais abominante ainda é a vítimaestar totalmente indefesa, na mão de uma pessoa que é um profissional de saúde na qual se deposita uma confiança extrema".
Giovanni Bezerra trabalhava há apenas dois meses no Hospital da Mulher, onde ocorreu a violência sexual. No entanto, a Secretaria de Estado de Saúde (SES) informou que o médico prestava serviço há seis meses como Pessoa Jurídica também em outras duas unidades: o Hospital da Mãe em Mesquita, na Baixada Fluminense, e no Hospital Getúlio Vargas, na Penha, zona norte do Rio de Janeiro.
De acordo com a delegada Bárbara Lomba, já foram solicitadas às unidades os prontuários de todas as pacientes atendidas por ele.
A oficial também informou que a pacientegrávida que foi estuprada por Bezerra durante a cesariana já sabe que foi agredida. O ato criminoso foi filmado discretamente por um grupo de enfermeiras que há muito tempo desconfiavam do comportamento do anestesista e utilizaram o material como prova da denúncia.
A mulher, cuja identidade é mantida em anonimato, conversou por telefone com a delegada, que detalhou o estado davítima. "Ela está muito abalada psicologicamente, chorou no telefone comigo, mas disse que tem condições e vai prestar declarações".
A delegada Bárbara Lomba também afirmou que a mulher e o marido dela são esperados para prestar depoimento.
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