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PF vai abrir inquérito para investigar mais suspeitos em desvio milionário da prefeitura de Jales

A Polícia Federal deve abrir um novo inquérito para apurar o envolvimento de mais suspeitos de participar do desvio de mais de R$ 5 milhões da prefeitura de

PF vai abrir inquérito para investigar mais suspeitos em desvio milionário da prefeitura de Jales
PF vai abrir inquérito para investigar mais suspeitos em desvio milionário da prefeitura de Jales

Redação Publicado em 14/08/2018, às 00h00 - Atualizado às 17h13


Quatro pessoas foram presas suspeitas de envolvimento no crime durante a Operação Farra do Tesouro, entre elas, a ex-tesoureira da prefeitura. Atual inquérito deve ser concluído nesta terça-feira (14).

A Polícia Federal deve abrir um novo inquérito para apurar o envolvimento de mais suspeitos de participar do desvio de mais de R$ 5 milhões da prefeitura de Jales (SP). Quatro pessoas estão presas pela Operação Farra do Tesouro, entre elas a ex-tesoureira do município, Érica Cristina Carpi Oliveira.

Segundo a Polícia Federal, o próprio prefeito da cidade, Flávio Prandi (DEM), deve fazer parte da investigação, que vai incluir servidores de diversas áreas da prefeitura e também ex-prefeitos.

Prandi disse à TV TEM que vai continuar colaborando com as investigações da Polícia Federal.

“A questão de negligência está clara que existiu e vamos também concentrar esforços para ver se houve participação dolosa de novos envolvidos e se aqueles que participaram receberam algum benefício”, afirma o delegado Cristiano Pádua.

Casal Roberto Santos Oliveira e Erica Cristina Carpi Oliveira foi preso pela PF em Jales (Foto: Reprodução/Facebook)

Casal Roberto Santos Oliveira e Erica Cristina Carpi Oliveira foi preso pela PF em Jales (Foto: Reprodução/Facebook)

O atual inquérito, que deve ser concluído nesta terça-feira (14), será apresentado ao Ministério Público e o órgão terá cinco dias para definir a denúncia de Érica, do marido dela Roberto Santos Oliveira, da irmã Simone Carpi Brandt e do cunhado, Marlon Brandt, que estão presos desde 31 de julho.

De acordo com o delegado da PF, Cristiano Pádua da Silva, a família usou dinheiro público da educação, e principalmente da saúde, para bancar uma vida de luxo,como a construção de uma chácara de luxo na zona rural de Jales.

Chácara de luxo na Zona Rural de Jales foi lacrada pela Polícia Federal (Foto: Reprodução/TV GLOBO)

Chácara de luxo na Zona Rural de Jales foi lacrada pela Polícia Federal (Foto: Reprodução/TV GLOBO)

Imagens de dentro do imóvel mostram que a “Estância Felicidade” conta com área gourmet, móveis e eletrodomésticos de luxo, piscina e palmeiras no jardim. A estimativa da PF é de que a ex-diretora financeira da prefeitura possa ter desviado até R$ 10 milhões das contas públicas em 10 anos.

“Difícil encontrar um imóvel no mesmo padrão em Jales. Tudo com recursos públicos. Desviaram um valor absurdo de, em média, R$ 100 mil por mês”, afirma o delegado.

No primeiro depoimento à PF, Érica confirmou que fazia os desvios desde 2008. O dinheiro, segundo a polícia, ia direto para contas da ex-servidora e até para as empresas do marido, que abriu três lojas de roupas e calçados.

Tesoureira foi presa pela PF dentro da casa dela na operação Farra do Tesouro em Jales (Foto: Reprodução/TV TEM)

Tesoureira foi presa pela PF dentro da casa dela na operação Farra do Tesouro em Jales (Foto: Reprodução/TV TEM)

Além da prisão da família, a polícia lacrou os comércios, a chácara e apreendeu carros de luxo, sendo que um dos veículos havia sido comprado dias antes. Policiais à paisana flagraram Roberto na concessionária fechando o negócio.

Érica recebia salário de R$ 3 mil por mês e, no segundo depoimento, afirmou que os parentes e o marido não sabiam dos desvios.

Entretanto, em uma mensagem flagrada pela polícia no celular do marido, ela aparece afirmando que havia feito um depósito de R$ 22 mil a uma empresa de esquadrias de alumínio. O dinheiro do cheque de 18 de julho era do Fundo Municipal de Saúde.

Polícia Federal em frente à casa da tesoureira da prefeitura de Jales (Foto: Janaína de Paula/TV TEM)

Polícia Federal em frente à casa da tesoureira da prefeitura de Jales (Foto: Janaína de Paula/TV TEM)

A ex-secretária de Saúde Maria Aparecida Martins, que teve a prisão temporária revogada, foi exonerada do cargo e não quis falar sobre o assunto. Ela vai responder por peculato culposo porque também assinava os cheques, sendo necessárias duas assinaturas, e não conferiu o destino das verbas, informou a PF.

A defesa da tesoureira Érica, da irmã Simone e do cunhado Marlon afirmou que os clientes estão colaborando com as investigações e não se opõem a prestar esclarecimento.

Já o advogado de Roberto disse que ele desconhecia a origem do dinheiro, mesma versão apresenta à polícia. O comerciante afirmou ainda que a esposa não tirava férias, mas que nunca a questionou sobre o assunto.

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