A Polícia Federal pediu a prorrogação das prisões dos quatro suspeitos de desviar mais de R$ 5 milhões da prefeitura de Jales (SP), que foram presos durante a
Redação Publicado em 03/08/2018, às 00h00 - Atualizado às 10h39
A Polícia Federal pediu a prorrogação das prisões dos quatro suspeitos de desviar mais de R$ 5 milhões da prefeitura de Jales (SP), que foram presos durante a Operação Farra do Tesouro. A diretora financeira é suspeita de pagar contas pessoais e das empresas do marido com dinheiro público.
A PF pediu a prorrogação por mais cinco dias da prisão temporária de Simone Carpi Brandt e do marido dela, Marlon Brandt, irmã e cunhado da diretora financeira Érica Cristina Carpi de Oliveira. A PF pediu para a Justiça a prisão preventiva de Érica e do marido dela, Roberto Santos Oliveira.
Nesta quinta-feira (2), uma funcionária da prefeitura de Jales que trabalhava no mesmo setor da diretora financeira prestou depoimento na Polícia Federal. A PF também pediu novos documentos para a prefeitura, como o balanço do setor de pagamentos dos últimos 12 anos, tempo em que Érica ficou no cargo e bloqueou mais contas da acusada.
Advogados de defesa dos suspeitos disseram que vão ter acesso ao inquérito e só depois vão se pronunciar sobre o caso.
Casal Roberto Santos Oliveira e Erica Cristina Carpi Oliveira foi preso pela PF em Jales (Foto: Reprodução/Facebook)
A prefeitura exonerou a secretária de Saúde, Maria Aparecida Martins, e a diretora financeira, Érica Cristina Carpi Oliveira, após elas serem presas pela PF. Além das duas, foram presos o marido de Érica, Roberto Santos Oliveira, a irmã Simone Carpi Brandt e o cunhado dela, Marlon Brandt.
Após prestar esclarecimentos, a Justiça revogou a prisão de Maria Aparecida, que alegou ser negligente ao assinar cheques em branco e deixá-los sob os cuidados da tesoureira.
Dinheiro e cheques apreendidos pela PF na prefeitura e na casa da tesoureira (Foto: Divulgação/Polícia Federal)
Segundo a PF, Érica era responsável por realizar todos os pagamentos da prefeitura. A tesoureira emitia cheques da prefeitura, pagava boletos bancários das empresas do marido, e até transferia valores diretamente das contas públicas, principalmente da área da saúde, em benefício próprio, de seus familiares, fornecedores pessoais e de empresas.
“Ela criava as contas com recursos de saúde. Para que os cheques fossem emitidos, precisava da assinatura da tesoureira e da secretária. Em depoimento, a secretária não exime a responsabilidade de negligência, mas não identificamos que ela foi beneficiada. Então, pedi que fosse revogada a prisão temporária apenas dela”, diz o delegado.
Os valores desviados eram ocultados em bens móveis e imóveis, além de financiar as empresas que foram abertas nas cidades de Jales e Santa Fé do Sul (SP).
Veículos apreendidos pela PF durante operação Farra do Tesouro em Jales (Foto: Janaína de Paula/TV TEM)
As investigações da PF começaram no início deste ano. Segundo a PF, há vários anos, a tesoureira seria a mentora do esquema de desvios. Ela foi contratada em 2005 para trabalhar na prefeitura sem concurso público. Ela e vários parentes seriam os principais beneficiários dos recursos desviados.
A polícia localizou cheques emitidos da conta do setor de Saúde da prefeitura, assinados pela tesoureira e pela secretária da Saúde, tendo como beneficiários boutiques de grife, lojas de joias e decoração, salões de beleza, salões de festas, arquitetos, clínicas estéticas, móveis planejados.
As investigações apontaram que, somente nos últimos dois anos, ela teria desviado aproximadamente R$ 2 milhões. Os 13 mandados de busca e apreensão foram cumpridos nas residências dos presos, nas empresas do marido da tesoureira e também nas residências dos secretários da Fazenda e Saúde.
O casal preso pela PF é suspeita de pagar até buffet com dinheiro público, conforme divulgou a polícia. Segundo a investigação da PF, foram localizados cheques emitidos da conta da Saúde da prefeitura, assinados pela tesoureira e pela secretária da Saúde, tendo como beneficiários boutiques de grife, lojas de joias e decoração, salões de beleza, salões de festas, arquitetos, clínicas estéticas, móveis planejados.
Na internet, a família da tesoureira exibia uma vida de luxo. Festas, aniversários com camisetas personalizadas e fins de semana em uma chácara na Zona Rural de Jales que, segundo a PF, é avaliada em R$ 1,5 milhão e teria sido construída com dinheiro desviado dos cofres públicos. Durante a operação, a PF encontrou cerca de R$ 16 mil em dinheiro no quarto da irmã de Érica.
Polícia Federal em frente à casa da tesoureira da prefeitura de Jales (Foto: Janaína de Paula/TV TEM)
Policial federal lacrou loja de sapatos da tesoureira em Jales durante operação Farra do Tesouro (Foto: Rafael Honorato)
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