Diário de São Paulo
Siga-nos
Chocante

Pai e filho brasileiros são presos após usarem seus restaurantes para crime perverso contra imigrantes

As informações foram divulgadas pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos

Os crimes aconteciam nos restaurantes Taste of Brazil - Tudo No Brasa e o The Dog House - Imagem: reprodução/Facebook
Os crimes aconteciam nos restaurantes Taste of Brazil - Tudo No Brasa e o The Dog House - Imagem: reprodução/Facebook

Mateus Omena Publicado em 06/10/2022, às 16h31


Dois homens foram presos em Massachusetts (EUA) como suspeitos de liderarem um esquema de tráfico de pessoas.

Jesse James Moraes, 64, e o filho Hugo Giovanni Moraes, 42, ambos com cidadania brasileira, administravam dois restaurantes na cidade de Woburn, o Taste of Brazil - Tudo No Brasa e o The Dog House. As informações foram divulgadas pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos.

Eles foram indiciados por um golpe que consistia em oferecer meios flexíveis para outros brasileiros entrarem nos EUA, viabilizando a viagem e oferecendo emprego, mas obtendo vantagens financeiras com a imigração ilegal. As autoridades apontam que eles exploravam essas pessoas que, morando nos território norte-ameircano sem visto, estariam quebrando a lei, ficando em uma posição vulnerável na mão deles.

Um terceiro homem, identificado como Marcos Chacon, 29, também foi preso por entregar documentos falsos às vítimas e ajudar na imigração de um estrangeiro que já havia sido deportado.

Os brasileiros que lideravam o esquema criminoso compareceram na tarde de terça-feira (4) a uma corte federal de Boston para um depoimento inicial e devem continuar presos pelo menos até a audiência de custódia, cuja data ainda não foi marcada.

O Departamento de Justiça explicou que o esquema começava no Brasil, com o irmão de Jesse, Chelbe Moraes, cobrando uma taxa entre US$ 18 mil e US$ 22 mil (entre R$ 93 mil e R$ 113 mil, na cotação atual) para levar as vítimas até os Estados Unidos.

Quando os imigrantes chegavam no país, Jesse e Hugo os contratavam em seus restaurantes em Woburn, mas sob a condição de que eles não receberiam o salário integral até pagar a dívida de sua viagem e documentos falsos. A papelada abrangia também fraudes em pedidos de refúgio ou vistos de trabalho.

Embora more no Brasil, Chelbe também foi indiciado pelo suposto tráfico de pessoas e também enfrenta um processo por lavagem de dinheiro.

O ato de contribuir para a entrada ilegal de pessoas nos Estados Unidos para ganhos financeiros tem pena que pode chegar a 10 anos de prisão, três anos de liberdade condicional e uma multa de até US$ 250 mil.

Ajudar um imigrante deportado a voltar aos EUA leva a dois anos de prisão, três anos de liberdade condicional e multa de US$ 250 mil. E o crime de lavagem de dinheiro tem pena de até 20 anos de prisão, três anos de liberdade condicional e multa de US$ 500 mil ou o dobro do valor movimentado no esquema, se o valor for maior.

A Justiça norte-americana não informou a data de quando os suspeitos serão julgados, nem mais detalhes sobre as vítimas envolvidas.

Compartilhe  

últimas notícias