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Operação Arquivos Deslizantes prende mais envolvidos em fraudes em Catanduva

Além de um vereador de Catanduva (SP), a operação Arquivos Deslizantes também prendeu outras sete pessoas na cidade nesta quinta-feira (14) por suspeita de

Operação Arquivos Deslizantes prende mais envolvidos em fraudes em Catanduva
Operação Arquivos Deslizantes prende mais envolvidos em fraudes em Catanduva

Redação Publicado em 14/09/2017, às 00h00 - Atualizado às 14h12


Dentre os presos está o presidente da Associação Comercial e Empresarial da cidade, Paulo Henrique Pacheco.

Além de um vereador de Catanduva (SP), a operação Arquivos Deslizantes também prendeu outras sete pessoas na cidade nesta quinta-feira (14) por suspeita de fraude em licitações na compra de armários de arquivos. Dentre os presos está o presidente da Associação Comercial e Empresarial da cidade, Paulo Henrique Pacheco. Mais pessoas podem ser presas no decorrer do dia durante a operação.

Os outros presos são advogados e empresários da cidade. No total, foram presas 7 pessoas presas em Catanduva e 12 na região de Piracicaba e em Minas Gerais. O Gaeco também cumpriu mandados na empresa que fabrica esses tipos de armários em Tabapuã (SP). No local, foram apreendidos documentos e computadores.

Os advogados da empresa disseram que os atuais sócios não têm relação com o esquema e que as pessoas presas já foram sócias da empresa, mas foram afastadas em 2016. O advogado do vereador e também do presidente da associação não foram encontrados pelo G1 para comentarem o assunto.

Segundo o Gaeco, Daniel de Lima, que já foi presidente da Câmara, seria o responsável por comandar o esquema de fraude de licitações em compras de armários deslizantes para arquivo. Ele está no sexto mandato como vereador.

Ele estava sendo investigado desde o início do ano. Uma pessoa também foi presa em Jundiaí (SP) e foi encaminhada para Campinas para prestar esclarecimentos.

“Basicamente os suspeitos apresentavam preços superdimensionados e as empresas envolvidas com Daniel usavam de subterfúgios para afastar outros concorrentes. As empresas unidas a Daniel apresentavam propostas fictícias e a empresa que ele designava vencia a licitação”, afirma o promotor do Gaeco de Piracicaba, Alexandre de Andrade Pereira, que está em Catanduva para a operação.

Os presos foram levados ao Fórum de São José do Rio Preto (SP) e devem ser ouvidos ainda nesta quinta-feira.

A operação

A operação foi denominada “Arquivos Deslizantes”, que investiga organização criminosa voltada à prática de fraudes em licitações nos Estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul. A operação decorre de investigação iniciada no ano de 2015 e conduzida pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado de Piracicaba (SP).

Além de Catanduva, os núcleos do Gaeco da Grande São Paulo, Campinas (SP), e Franca (SP), bem como o Ministério Público de Minas Gerais, prestam apoio na operação. Ao todo estão sendo cumpridos 50 mandados, sendo 28 de busca e apreensão e 22 de prisão temporária. Os mandados estão sendo cumpridos nas cidades de São Paulo e Belo Horizonte e em diversas cidades do interior de São Paulo.

Segundo as investigações, foi apurado que ao menos 15 empresas de várias regiões do Estado de São Paulo, Minas Gerais e de Pernambuco, todas com atuação no ramo de arquivos deslizantes estavam envolvidas no esquema, sendo que seus sócios possuem comprovada vinculação entre si e participavam de licitações simulando concorrência que, na verdade, não existia.

As empresas participavam das licitações após prévio ajuste entre elas para que uma do grupo vencesse, havendo registro de alternância entre elas como vencedoras. A investigação apontou também a participação de agentes públicos, que sabiam dos ajustes entre as empresas e agiam de modo a preparar editais.

Operação contra crime organizado acontece em Catanduva (Foto: Reprodução/TV Tem)

Operação contra crime organizado acontece em Catanduva (Foto: Reprodução/TV Tem)

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