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Médico torturado e encontrado morto previu própria morte

Dívida de R$ 500 mil teria sido a motivação do crime; segundo a Polícia Civil, Gabriel Rossi, de 29 anos, também fazia parte do grupo que aplicava golpes financeiros

Gabriel Rossi. - Imagem: Reprodução | Redes Sociais
Gabriel Rossi. - Imagem: Reprodução | Redes Sociais

Marina Roveda Publicado em 09/08/2023, às 08h19


Após investigações conduzidas pela Polícia Civil, detalhes chocantes vieram à tona envolvendo o trágico destino do médico Gabriel Rossi, de 29 anos. Conforme apurado pelo delegado responsável pelo caso, Erasmo Cubas, o jovem médico foi atraído para uma armadilha, onde encontraria seu fim nas mãos dos capangas Gustavo Kenedi Teixeira, Keven Rangel Barbosa e Guilherme Augusto Santana. O crime foi tramado por Bruna Nathalia de Paiva, que planejou meticulosamente o assassinato de Rossi como retaliação a uma dívida de R$ 500 mil.

A trama macabra teve início quando Bruna atraiu Gabriel, sob o pretexto de que ele poderia intermediar um suposto fornecimento de drogas na região de Dourados, Mato Grosso do Sul, local de fronteira do estado. O médico, sem suspeitar das intenções sombrias por trás desse encontro, foi levado a um destino trágico.

As investigações revelaram que tanto Bruna quanto Gabriel faziam parte de uma quadrilha especializada em estelionatos. Dentro dessa organização criminosa, o médico era utilizado como um rosto falso, tendo suas informações e imagens utilizadas em documentos falsos para realizar saques ilegais em contas bancárias. Além disso, o grupo também realizava golpes envolvendo clonagem de cartões.

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Suposta troca de mensagens entre médico e amigo — Imagem: Reprodução

Erasmo Cubas destacou que a ameaça da dívida fez Bruna se sentir acuada e a levar a um ato de extrema violência. Determinada a se livrar da dívida e de uma possível exposição do esquema ilícito, Bruna contratou os três homens para executar o médico. Os investigadores alegam que a mulher teria pago R$ 150 mil ao grupo pelo crime.

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Suposta troca de mensagens entre médico e amigo — Imagem: Reprodução

A morte de Gabriel foi horrenda, com o médico sendo submetido a torturas e asfixiado por sacolas plásticas. O laudo necroscópico apontou que a garganta de Rossi foi perfurada e sua morte, provavelmente, causada por asfixia. A perícia também revelou que o médico agonizou por cerca de 48 horas antes de sucumbir.

Além disso, Bruna teria continuado sua trama criminosa mesmo após a morte de Gabriel, assumindo sua identidade e solicitando dinheiro a amigos da vítima por meio de mensagens. Esses atos obscuros renderam à suspeita a obtenção de R$ 2,5 mil antes de sua prisão.

Os quatro indivíduos suspeitos de participação no assassinato foram detidos em Pará de Minas, Minas Gerais, e escoltados pela Polícia Federal até Dourados, onde prestaram depoimento.

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