Para o chefe da Câmara, não haverá interesse se a liberação se restringir a regiões distantes
Redação Publicado em 22/07/2016, às 00h00 - Atualizado às 20h57
Para o chefe da Câmara, não haverá interesse se a liberação se restringir a regiões distantes
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), pretende colocar na pauta da Casa, ainda este ano, uma proposta de liberação de cassinos nas cidades de São Paulo e do Rio de Janeiro. Falando em “regulação forte” e justificando a escolha das duas capitais, ele argumentou que não haverá interesse de investidores se a legalização de jogos de azar se restringir a regiões distantes do país.
Em entrevista ao portal G1, ele disse ser possível concluir a análise dos deputados federais e aprovar uma lei até o fim de 2016. No entanto, Maia revelou na entrevista ao portal G1 que não vai permitir uma proposta do tipo “liberou geral”.
“No Rio de Janeiro, depois da Olimpíada, você vai ter muito espaço que vai precisar ser organizado de outra forma porque ficará capacidade ociosa da rede hoteleira. O interesse primeiro do investidor estrangeiro é Rio e São Paulo. Temos que falar a verdade. É um setor que pode gerar muita arrecadação para o governo”, afirmou ao G1.
Entre os diversos projetos sobre o assunto na Câmara, alguns restringem a exploração de bingos e cassinos a estados remotos. O chefe da Casa, que entrou no lugar do deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ), acredita em um projeto que restrinja a exploração de cassinos em grandes resorts, principalmente no eixo Rio-São Paulo.
Uma proposta semelhante está em tramitação no Senado e foi tratada como “prioridade” pelo presidente Renan Calheiros (PMDB-AL), mas não chegou a ir a plenário devido ao recesso parlamentar. A discussão será retomada em agosto.
Conforme o G1, na Câmara, a proposta está sendo debatida em uma comissão especial. Em caso de aprovação, vai para plenário.
Rodrigo Maia enfatizou ser contra um texto que limite a exploração dos jogos de azar a estados distantes dos grandes centros urbanos, como Roraima e Acre. Para o presidente da Câmara, quem for investir nesta área, quer aplicar dinheiro em metrópoles.
“Sempre se pensa no caso americano, de Las Vegas, mas o Brasil não é Estados Unidos. Temos que trabalhar com nossa realidade. O Brasil precisa gerar investimento. Se você for esperar o desenvolvimento de algumas cidades, isso pode ficar nas boas intenções. Acho que no Rio cabe um cassino e em São Paulo, dois, mas com regulação”, disse ao G1.
A “regulação forte” seria feita pela Receita Federal para dar segurança aos negócios, garantindo que o dinheiro vá para os cofres do governo. Ele condiciona também a proposta a aprovação de projeto que torna crime a exploração ilegal de caça-níqueis e outros jogos. Hoje, eles são apenas uma contravenção.
“Não queremos que se possa abrir bingo em cada esquina.”
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