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Madrasta condenada pela morte de enteado de 1 ano é encontrada em estado trágico na cela

O garoto era filho do lutador de MMA Joel Tigre

Madrasta condenada pela morte de enteado de 1 ano é encontrada em estado trágico na cela - Imagem: reprodução
Madrasta condenada pela morte de enteado de 1 ano é encontrada em estado trágico na cela - Imagem: reprodução

Nathalia Jesus Publicado em 11/07/2023, às 09h40


Jéssica Leite Ribeiro, condenada em 2020 pela morte do enteado de 1 ano, filho do lutador de MMA Joel Tigre, foi encontrada morta no presídio feminino Carlos Alberto Jonas Giordano, em Corumbá, no Mato Grosso, na última quarta-feira (05). Ela era madrasta da criança e casada com o lutador.

As duas detentas que dividiam a cela com Jéssica a encontraram morta por volta das 23h. A morte foi confirmada pela Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen) e pelo advogado Jeferson Faria, que atuava há cinco anos na defesa de Jéssica.

Segundo informações do UOL, as detentas afirmaram que estavam dormindo e acionaram a equipe de segurança quando perceberam que ela estava morta. A penitenciária, então, entrou em contato com a Polícia Civil e foi orientada a acionar o Samu para a constatação do óbito — que foi confirmado à 1h30 da madrugada do dia 6.

De acordo com o boletim de ocorrência do caso, uma das detentas estava tentando reanimar Jéssica quando as equipes da polícia e da perícia chegaram ao local. No entanto, o documento não informou a causa da morte.

Jéssica estava sob custódia no presídio de Corumbá desde 31 de agosto de 2018 — ela cumpria pena de 17 anos e cinco meses de prisão. A previsão da penitenciária é de que ela teria direito ao regime semiaberto a partir de junho de 2024 — a deliberação é feita pela Justiça.

O advogado afirmou que Jéssica estava animada com a possível progressão da pena e que ela nunca teve problemas no presídio. Jeferson, que reside em Dourados, a mais de 550 km de distância de Corumbá, disse que ainda não conseguiu contato com a delegada do caso e que aguarda o laudo necroscópico, que pode demorar até 30 dias.

Relembre o caso

Rodrigo, filho de um ano de idade de Joel Ávalo dos Santos, conhecido como Joel Tigre, morreu em 16 de agosto de 2018. A criança era fruto de um relacionamento antigo do lutador.

Jéssica e Joel foram presos após inconsistências em seus depoimentos à polícia — ela disse inicialmente que o bebê começou a passar mal após Joel sair para o trabalho e que morreu em seus braços, enquanto o lutador se disse inocente desde o início. Na época, eles tinham 21 e 25 anos, respectivamente.

O exame de necropsia constatou que Rodrigo morreu depois que uma de suas vértebras foi quebrada "por ação contundente" e perfurou o fígado, causando hemorragia. Inicialmente, nenhum dos dois soube explicar a origem das manchas hemorrágicas que o bebê tinha pelo corpo.

A madrasta mudou completamente seu relato após uma semana da prisão e admitiu que utilizou força com a criança. Rodrigo teria caído enquanto brincava com a irmã e estava sangrando e chorando quando ela chegou para socorrê-lo. Jéssica interpretou que ele estava com dificuldade para defecar e começou a apertá-lo.

Jéssica foi julgada culpada por homicídio doloso em 10 de março de 2020. Ela teve pena fixada pelo juiz por 17 anos e cinco meses. Já Joel foi considerado culpado por homicídio culposo e recebeu pena de um ano e quinze dias, à qual não recorreu por já ter ficado preso por mais tempo — ele, portanto, foi liberado.

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