Diário de São Paulo
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HIPNOSE

Ginecologista abusa das pacientes de forma nada convencional

Até o momento, 5 mulheres procuraram a polícia para denunciar o médico

Felipe Sá. - Imagem: Reprodução | TV Globo
Felipe Sá. - Imagem: Reprodução | TV Globo

Marina Roveda Publicado em 19/06/2023, às 08h32


Um médico ginecologista e obstetra foi preso no Paraná sob acusações de abuso sexual por parte de suas pacientes. Segundo os relatos das vítimas, todos os abusos ocorriam dentro de seu consultório.

Até o momento, quinze mulheres já procuraram a polícia para denunciar o médico. Entre os relatos alarmantes, algumas vítimas relataram o uso de hipnose como tática para facilitar o assédio.

O médico em questão é Felipe Sá, de 40 anos, formado pela Universidade Federal de Goiás, especializado em ginecologia e obstetrícia, e com mestrado em saúde pública pela Universidade de São Paulo (USP). Ele possuía um consultório em um bairro nobre de Maringá, de onde foi preso temporariamente na última quinta-feira (15), suspeito de crimes sexuais.

As vítimas relataram experiências perturbadoras envolvendo o médico. Uma delas descreveu como Felipe Sá utilizava um discurso de empoderamento feminino para atrair as mulheres e, posteriormente, abusar delas. As primeiras três vítimas que fizeram as denúncias não se conheciam, mas se encontraram após um comentário em um grupo de conversas de mães em redes sociais.

"Felipe foi uma indicação, sempre foi muito conhecido pelo parto humanizado, atendimento humanizado [...] É isso que me motivou a fazer a denúncia, né? Porque ele usa um discurso de empoderamento feminino pra atrair mulheres pra poder abusar delas", conta uma das vítimas.

Uma das vítimas, que preferiu não se identificar, escolheu Felipe Sá para acompanhar sua gestação e relatou que o médico sugeriu a hipnose durante uma consulta. Segundo seu relato, o médico pediu que ela imaginasse um lugar paradisíaco, contou até dez e estalou os dedos, tentando induzi-la a um estado de hipnose. No entanto, a mulher afirmou que estava plenamente consciente durante todo o procedimento. Durante a consulta, o médico começou a fazer perguntas inapropriadas e a sugerir que ela se tocasse, chegando até a pedir que ela imaginasse ter relações sexuais apenas com objetos presentes na sala.

"Ele pediu pra que eu fechasse os olhos, que eu me imaginasse num lugar paradisíaco, contou até dez, estralou os dedos. Mas em nenhum momento eu estava hipnotizada, eu estava em sã consciência. Ele falou: 'não, é sério. Se imagine tendo relações sexuais só com coisas que estejam dentro dessa sala.' Aí ele começou a pegar pesado do tipo, 'você se tocaria agora?'", relata a mulher.

Outra vítima relatou que, durante um exame, o médico introduziu a mão em seu canal vaginal e, em seguida, passou a massagear seu clitóris. Além disso, uma mulher afirmou que, durante uma hora de consulta, o médico insistiu doze vezes para que ela levantasse a blusa, sendo que todas as vezes ela negou. Esse caso foi considerado pela polícia como um incidente de importunação sexual.

As denúncias têm causado grande comoção na comunidade e levantado questões sobre a conduta ética e profissional dos médicos. As investigações continuam e espera-se que a justiça seja feita para todas as vítimas que sofreram abuso nas mãos desse médico.

É importante ressaltar que, diante de situações de abusoou qualquer tipo de violência, é fundamental denunciar às autoridades competentes para que medidas sejam tomadas e a justiça seja feita.

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