Diário de São Paulo
Siga-nos

‘Ela era tudo na minha vida’, diz mãe de adolescente morta pelo padrasto

Alegre e estudiosa, Maria Eduarda Hoffman tinha 16 anos e sonhava em cursar Direito para ser juíza, segundo a mãe Jane Maria Hoffman. Mas os planos foram

‘Ela era tudo na minha vida’, diz mãe de adolescente morta pelo padrasto
‘Ela era tudo na minha vida’, diz mãe de adolescente morta pelo padrasto

Redação Publicado em 09/03/2021, às 00h00 - Atualizado às 16h49


Maria Eduarda Hoffman tinha 16 anos e sonhava em ser juíza. Adolescente foi morta a facadas enquanto dormia, e o suspeito morreu em acidente de trânsito horas depois do crime.

Alegre e estudiosa, Maria Eduarda Hoffman tinha 16 anos e sonhava em cursar Direito para ser juíza, segundo a mãe Jane Maria Hoffman. Mas os planos foram interrompidos após a adolescente ser morta a facadas enquanto dormia, no sábado (6), em Foz do Iguaçu, no oeste do Paraná.

“Ela lia muito, gostava muito de ler, gostava de ir ao cinema no tempo livre dela. Sempre que ela podia, ficava comigo. Meu Deus do céu, ela era tudo na minha vida, eu perdi tudo que eu tinha”, disse a mãe.

O suspeito pelo crime é o padastro da vítima, que conviveu com Maria Eduarda desde os primeiros anos de vida dela. José Altamiro Gomes da Silva, de 56 anos, morreu horas depois do crime em um acidente de trânsito, em Cascavel, também na região oeste.

Em entrevista ao G1, Jane contou que nunca imaginou que algo assim pudesse acontecer.

“A minha doce Duda que um monstro, que por muitos anos ela chamou de pai, foi fazer isso. Porque ela tinha um aninho e pouco quando eu fiquei com ele, então foram quase quinze anos de convivência. Daí ele faz isso com uma filha? Porque é assim que ela era, ela chamava ele [de pai]. Um monstro, um monstro”, contou a mãe.

Segundo a delegada que investiga o caso, Iane Cardoso, o padrasto suspeito cometeu o crime porque não aceitava a separação com a mãe da vítima.

De acordo com a Jane, ela e o padastro estavam em processo de separação desde janeiro de 2021, mas ele não queria ir embora enquanto a casa deles não fosse vendida.

Entre as lembranças, Jane descreveu a filha como uma companheira, que gostava de ficar com a família, uma adolescente vaidosa e uma amiga em todos os momentos.

“Ela se dedicava muito nos estudos. Porque eu sempre tive uma vida assim, eu criei ela e o irmão dela praticamente sozinha, então acho que ela viu o sofrimento da mãe e daí ela se dedicava aos estudos pensando em dar uma boa vida pra mãe dela mais tarde, na velhice.”

Maria Eduarda, a Duda

Amigos e familiares prestaram homenagens pelas redes sociais e durante uma carreata, na segunda-feira (8), para a adolescente.

“A menina era de um sorriso inexplicável, de uma bondade, de uma generosidade, uma menina estudiosa, nunca dava trabalho para a família. A gente não tem como explicar o caráter da Duda”, contou a amiga da família e vizinha, Sônia Januário.

Duda estava no terceiro ano do ensino médio, no Colégio Interativa, em Foz do Iguaçu.

De acordo com a professor Cezar Medina, todos do colégio ficaram comovidos com a perda de Duda.

“Uma menina com uma educação exímia e cheia de vida. O grupo docente, junto com todos do colégio, está com o coração partido”, disse.

A mãe contou ainda que ela já pesquisava sobre os concursos necessários para tentar ser juíza um dia.

“Ela era uma filha incrível. Nunca precisei ir em nenhum colégio por causa dela, ela tinha as melhores notas que um aluno poderia ter. Ela tinha muitos sonhos, de fazer uma faculdade, prestar um concurso, ser uma juíza, ela era o sonho dela.”

Antes da pandemia, Maria Eduarda trabalhou por um período como vendedora. Ela esperava poder guardar dinheiro para levar mãe ao estádio e assistir um jogo do Sport Club Internacional, time que ela torcia.

Por G1

Compartilhe  

Tags

últimas notícias