Dois dias depois de ter o sistema de computadores invadido por hackers, na segunda-feira (30), a Santa Casa de Pirajuí (SP) ainda tenta restabelecer o
Redação Publicado em 01/08/2018, às 00h00 - Atualizado às 09h51
Dois dias depois de ter o sistema de computadores invadido por hackers, na segunda-feira (30), a Santa Casa de Pirajuí (SP) ainda tenta restabelecer o funcionamento de alguns de seus serviços de atendimento. Os funcionários também se preparam para refazer o arquivo de pacientes, que foi totalmente destruído ou apagado.
Os hackers que invadiram o sistema pediram “resgate em bitcoins” para liberar o sistema, que até a manhã desta quarta-feira (1°) ainda não havia sido normalizado.
Segundo Renato Debreix, responsável pela empresa que gerencia o sistema de computadores do hospital, será necessário reinstalar todos os sistema operacionais para que a rede de computadores volte a funcionar.
A principal preocupação é com relação o serviço de raio-x, um dos mais afetados. O diagnóstico por imagem não está sendo feito pois, segundo o hospital, não é possível fazer o serviço sem o acesso ao sistema informatizado.
Além disso, todo o registro de atendimento precisou ser feito de forma manual pelos funcionários, o que tem causado atrasos no atendimento.
Depois de restabelecer o sistema, a missão dos funcionários da Santa Casa será refazer todo o arquivo que foi apagado com dados relacionados a pacientes, como prontuários. As fichas, atualmente em papel, terão de ser redigitalizadas.
O hospital já teme uma possível ação de golpistas e alerta os pacientes que não haverá nenhuma espécie de contato telefônico com pedido de informações cadastrais. Além disso, na fase de reinstalação de sistema e trabalho manual, a direção do hospital pede que os pacientes levem sempre o cartão SUS e documentos de identidade.
O ataque foi constatado na tarde de segunda-feira depois que funcionários tentaram acessar o servidor da unidade e uma página em inglês aparecia na tela dos computadores pedindo um valor em bitcoins (moeda virtual) para que o programa fosse liberado e deu prazo de 24h para isso.
A Polícia Civil já abriu inquérito para investigar o ataque. O delegado César Ricardo do Nascimento admite, porém, que é difícil chegar até o autor do crime e vai pedir ajuda a um setor do Deinter especializado em crimes cibernéticos.
Delegado César Ricardo do Nascimento vai pedir ajuda a setor da polícia especializado em crimes cibernéticos (Foto: TV TEM/Reprodução)
O delegado explica que são dois crimes a serem investigados: invasão de dispositivo informático e extorsão, por conta do pedido do resgate para o desbloqueio dos sistemas.
“Vamos solicitar uma perícia da Polícia Científica e também a quebra judicial de dados de telemática para tentar identificar os dados cadastrais de quem fez o e-mail encaminhado ao hospital com o ataque”, diz o delegado.
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