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Estupro de Vulnerável

Adolescente descobre que foi estuprada através de vídeos em suas redes sociais

A adolescente foi estuprada na Baixada Fluminense, na última sexta-feira

A adolescente foi estuprada na Baixada Fluminense, na última sexta-feira - Imagem: Reprodução/TV GLOBO - Bom dia Rio
A adolescente foi estuprada na Baixada Fluminense, na última sexta-feira - Imagem: Reprodução/TV GLOBO - Bom dia Rio

Ana Rodrigues Publicado em 07/11/2023, às 10h39


Uma adolescente de 15 anos afirmou que foi estuprada por dois homens na Baixada Fluminense na última sexta-feira (3). Segundo a jovem, o abuso foi gravado e compartilhado nas redes sociais dela sem seu consentimento - onde, ela mesmo ficou sabendo que foi estuprada pelos vídeos.

Segundo o G1, a jovem passou por exame de corpo de delito, que constatou violações.

A vítima informou que foi violentada na casa de uma amiga, em Nova Iguaçu, por conhecidos. Na madrugada de sexta, ela já estava dormindo, quando pelo menos nove rapazes chegaram e a acordaram.

Começaram a beber e a fazer desafios. Um deles era ficar com os meninos, e ela disse não. Aí ela ficou muito bêbada, com certeza colocaram algo no copo dela. Eles premeditaram tudo", afirmou uma das irmãs.

De acordo com a família dela, dois deles, um de 20 e outro de 22 anos, a estupraram. Nos vídeos, ela aparece desacordada enquanto é violentada. Nas imagens é possível observar que uma criança dorme na cama enquanto a jovem recebe tapas na cara. Outra menina, deitada na cama, assiste a tudo. "Gravou, cara? Depois tu me manda", disse um dos homens.

O Instagramdela ficou aberto, e um menino de 17 anos a marcou [nos vídeos] com os outros meninos", emendou a irmã.

A vítima é a mais nova de três irmãs. Uma delas ainda contou que só soube que a caçula tinha sido estuprada quando os vídeos apareceram.

Ligaram para o meu serviço na sexta de manhã pedindo para eu buscá-la. Encontrei com a boca espumando. Eu perguntei se eles tinham usado drogas, mas disseram que não. Foi quando eu recebi uma ligação perguntando se eu já tinha visto os vídeos na internet, eram os vídeos do que fizeram com ela. Foi assim que ela ficou sabendo e disse: 'Como assim? Eu não lembro de nada disso!'", contou a irmã da vítima.

Ela também afirmou que não conseguiu registrar o caso na polícia no fim de semana.

A gente foi direto para a delegacia [a 58ª DP, na Posse] no sábado às 20h, e mandaram a gente levar ela para o hospital. Fizemos todos os exames e medicações e voltamos para a delegacia. Mas aí ficamos até 3h [de sábado, 4], e não atenderam a gente, davam prioridade para as viaturas que chegavam da rua".

A irmã da vítima ainda contou que, durante o período de espera, ela começou a sentir efeitos colaterais do coquetel anti-Hiv que tomou no hospital.

O delegado não atendeu a gente e não finalizamos o Registro de Ocorrência", relatou.

Dados do Instituto de Segurança Pública mostram que mais de 4 mil estupros foram registrados de janeiro a setembro de 2023 em todo o estado do Rio. A região metropolitana é a área com mais casos, sendo quase 3 mil deles.

Procurada, a Polícia Civildisse que o caso foi registrado na 58ª DP (Posse) e encaminhado para a Delegacia da Mulher de Nova Iguaçu nesta tarde.

A vítima foi ouvida nesta segunda (6) na 58ª DP. A declaração foi feita para uma mulher e durou cerca de uma hora. Não havia psicóloga na delegacia, mas a irmã da jovem acompanhou o depoimento.

Em seguida, a vítima foi colocada em uma viatura e levada até a residência onde o crime teria acontecido. De lá, seguiu junto com os investigadores até a casa dos suspeitos. A irmã da adolescente não foi autorizada a ir junto.

Mais de uma hora depois da saída da delegacia, a menor voltou. Além dela, outros três meninos, que segundo a adolescente eram menores, também foram conduzidos a delegacia sem a presença de um responsável. Não se sabe se eles são testemunhas ou estão envolvidos no caso.

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