Diário de São Paulo
Siga-nos
São José do Rio Preto

Umidade do ar atinge recorde histórico em Rio Preto e agrava incêndios

Com o menor índice já registrado, a baixa umidade do ar aumenta o risco de incêndios e agrava a qualidade do ar

Imagem ilustrativa - Imagem: Reprodução / Freepik
Imagem ilustrativa - Imagem: Reprodução / Freepik

Sabrina Oliveira Publicado em 05/09/2024, às 10h05


São José do Rio Preto viveu, nesta quarta-feira (4), um dia de extrema seca, com o nível de umidade relativa do ar atingindo apenas 9%, o menor já registrado desde o início das medições oficiais em 2008. Esse dado histórico foi coletado pela estação da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), no bairro Eldorado, às 16h. Além da baixa umidade, a cidade enfrentou uma temperatura de 38 graus, criando uma combinação perigosa de calor intenso e ar seco, o que pode ter contribuído para o surgimento de focos de incêndio na região.

Outras cidades próximas também registraram níveis críticos de umidade. Em Ilha Solteira, Santa Salete e Dirce Reis, as temperaturas alcançaram a marca de 40 graus, enquanto cidades como Jales e Votuporanga tiveram índices de umidade tão baixos quanto 8%. Santa Fé do Sul registrou o menor valor da região, com apenas 7% de umidade relativa do ar. A situação tem gerado grande preocupação, especialmente porque a baixa umidade favorece o surgimento de incêndios, como o que ocorreu na Reserva Indígena de Braúna.

O incêndio, que começou em uma plantação de cana-de-açúcar, atingiu as margens da Rodovia Assis Chateaubriand (SP-425) e rapidamente se espalhou. As chamas ameaçaram a área da Reserva Indígena Icatu, obrigando a Defesa Civil a interditar um trecho da rodovia no quilômetro 315. Brigadistas de usinas da região foram chamados para controlar o incêndio, e a fumaça era visível a longas distâncias. Felizmente, o fogo não chegou às casas dos indígenas, mas os danos ambientais são significativos e os moradores já começaram a calcular os prejuízos.

A má qualidade do ar também foi um problema enfrentado pelos moradores de Rio Preto. Segundo a Cetesb, a concentração de material particulado inalável fino (MP2,5) alcançou 68 microgramas por metro cúbico, um valor quase quatro vezes maior que o limite considerado seguro pela Organização Mundial da Saúde, que é de 15 microgramas. Esse tipo de poluição pode agravar problemas respiratórios e é particularmente perigoso para crianças, idosos e pessoas com doenças crônicas.

De acordo com o Centro Integrado de Informações Agrometeorológicas (Ciiagro) e o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), diversas cidades do noroeste paulista também atingiram níveis de umidade preocupantes. Além de Rio Preto, locais como Valparaíso, Mirassol e Araçatuba registraram índices entre 9% e 11%, o que coloca toda a região em estado de alerta.

Compartilhe