Estima-se que apenas 35% das cidades estão preparadas
por Marina Milani
Publicado em 10/05/2024, às 08h33
Um levantamento conduzido pela Confederação Nacional de Municípios (CNM) revela uma realidade preocupante: a maioria das prefeituras paulistas não está preparada para enfrentar eventos climáticos extremos. De acordo com os dados, 55% dos municípios do estado não se consideram aptos para lidar com esses desafios, enquanto apenas 35% avaliam estar devidamente preparados. Além disso, 8% desconhecem previsões que possam impactar suas cidades.
A pesquisa, realizada em parceria com o g1, enfatiza a necessidade urgente de adaptação e resiliência por parte das administrações municipais diante das mudanças climáticas. O coordenador-geral de pesquisa e desenvolvimento do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), José Marengo, destaca a importância de medidas que vão além da simples adaptação.
“Precisamos pensar em transformação. Isso implica em tornar as cidades mais verdes, com maior preservação de ecossistemas, parques e áreas naturais. Além disso, é essencial repensar a infraestrutura urbana, tornando-a mais ecológica e resiliente”, afirma Marengo.
O estudo ressalta também a relevância de sistemas de alerta precoce para eventos climáticos extremos. Na sala de situação do Cemaden, são monitorados continuamente dados de pluviômetros, radares meteorológicos e imagens de satélite, com o intuito de fornecer informações precisas e antecipadas sobre possíveis riscos de desastres naturais.
Eventos climáticos recentes, como ventos intensos e chuvas torrenciais, têm assolado a região metropolitana de São Paulo, causando prejuízos materiais e perdas humanas. Marengo alerta que tais eventos tendem a se intensificar no futuro, destacando a importância de medidas proativas por parte das autoridades municipais.
“É fundamental que as cidades se preparem para enfrentar os desafios do século 21. Isso envolve não apenas adaptação, mas também a implementação de políticas de transformação urbana, visando tornar as nossas comunidades mais seguras e sustentáveis”, conclui Marengo.
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