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Juíza acata parecer do MP e impõe nova derrota a Lucas Sanches

Ministério Público já havia afirmado que, sobre "rachadinha" e tentativas de assassinato, Lucas Sanches não provou que as acusações são falsas

Anderson, acusado de tentativa de homicídio, está foragido. - Imagem: Reprodução | Redes Sociais
Anderson, acusado de tentativa de homicídio, está foragido. - Imagem: Reprodução | Redes Sociais

Jair Viana Publicado em 11/09/2024, às 09h11


O vereador e candidato a prefeito de Guarulhos, Lucas Sanches (PL), sofreu mais uma derrota judicial: a juíza rejeitou a queixa-crime proposta por ele contra seu ex-chefe de gabinete, Caíque Marcatti. O Ministério Público já havia se manifestado no mesmo sentido anteriormente.

FALTA DE MOTIVO
A juíza Mirian Keiko Macedo, da 1ª Vara Criminal, concordou com a promotora Sandra Reimberg e rejeitou a queixa-crime que Lucas Sanches tentou mover contra Caíque. Pela decisão, a juíza entendeu que a proposta do vereador, em termos jurídicos, era inepta. Ou seja, faltou justificativa para a imputação de calúnia e difamação a Caíque. Veja o teor da decisão da juíza Mirian Keiko:

"Diante de todo o exposto, REJEITO a presente queixa-crime, nos termos do artigo 395, inciso II e III, do Código de Processo Penal. Cientifique-se o Ministério Público. Indefiro os benefícios da justiça gratuita ao querelante ante a ausência de elementos nos autos que demonstrem ser ele beneficiário da justiça gratuita, não bastando para tanto a mera apresentação da declaração de pobreza. Anoto que não perfilho do entendimento de que para a concessão da medida bastaria a simples apresentação da declaração. Custas iniciais pelo querelante. Com o trânsito em julgado, não recolhidos os valores, expeça-se certidão da sentença e encaminhamento ao Ministério Público..."

PREJUÍZO POLÍTICO
A decisão da juíza Mirian Keiko deve causar prejuízos à campanha de Lucas Sanches. Tanto a promotora quanto a juíza concluíram que as acusações de Caíque contra Lucas — sobre o esquema de "rachadinha", organização criminosa e a dupla tentativa de assassinato contra ele e Valdir Pimenta Júnior — não podem ser consideradas infundadas.

Na manifestação do Ministério Público, foi alegado que Lucas não conseguiu provar que Caíque estava mentindo ao fazer as acusações. A promotora Sandra Reimberg destacou que esses casos ainda estão sob investigação.

ACUSAÇÃO
Sobre a tentativa de assassinato ocorrida no dia 5 de agosto, quando Caíque e Valdir Pimenta Júnior foram espancados com um pedaço de madeira, chutes e socos, Caíque atribuiu o ataque a homens ligados à campanha de Lucas Sanches.

Logo após usar a tribuna da Câmara para denunciar o esquema de "rachadinha", Caíque, em entrevista coletiva, afirmou que a segurança dele e de sua família estava nas mãos de Lucas Sanches e de outros membros do grupo. "Se algo acontecer comigo, com minha família, com meus amigos, o sangue estará nas mãos de Lucas Sanches, de Santiago, de Luciano Jack... Esses foram os responsáveis por todas as ameaças que eu, minha família e Valdir Pimenta sofremos", declarou.

No pedido de instauração de um processo por calúnia e difamação contra Caíque, Lucas Sanches alegou que as acusações feitas contra ele eram falsas. Contudo, a promotora Sandra Reimberg não concordou. "Não há absolutamente nenhuma prova de que o fato narrado é mentiroso, muito menos que o querelado o saiba inocente", disse a promotora em sua manifestação, que foi acatada pela juíza Mirian Keiko.

FORAGIDO
Um dos suspeitos da tentativa de assassinato contra Caíque e Valdir Pimenta Júnior, Anderson Araújo, está foragido desde segunda-feira (11), após a Justiça decretar sua prisão temporária. Anderson é citado por Caíque logo após o ataque que sofreu.

O foragido é amigo de Lucas Sanches e, por intermédio do vereador Carlos Santiago, de Itaquaquecetuba, estaria participando da campanha de Sanches.

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