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APAGÃO

Governo federal dá ultimato à Enel após apagão que afeta São Paulo

Com mais de 500 mil clientes sem energia, governo pressiona distribuidora a agir rapidamente

Ministro exige que a distribuidora normalize o fornecimento de energia - Imagem: Reprodução / Paulo Pinto / Agência Brasil
Ministro exige que a distribuidora normalize o fornecimento de energia - Imagem: Reprodução / Paulo Pinto / Agência Brasil

Sabrina Oliveira Publicado em 14/10/2024, às 13h59


Em uma coletiva de imprensa realizada nesta segunda-feira (14), o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, anunciou um ultimato à distribuidora Enel, exigindo que a empresa restabeleça o fornecimento de energia elétrica na Grande São Paulo em até três dias. A medida foi tomada em resposta a uma crise de energia que deixou mais de 500 mil clientes sem luz, gerando desconforto e críticas em relação à atuação da companhia.

Silveira não poupou palavras ao criticar a Enel, afirmando que a empresa cometeu "graves erros de comunicação" ao não fornecer uma previsão objetiva para a normalização do serviço. "O que aconteceu foi um erro de compromisso contratual com a sociedade de São Paulo", afirmou o ministro. Ele destacou que a distribuidora deve priorizar a resolução dos problemas mais críticos nos próximos dias, reforçando a responsabilidade da empresa em lidar com a situação.

Para intensificar os esforços de recuperação, a Enel recebeu um aumento significativo no número de funcionários disponíveis, passando de cerca de 1,3 mil para 2,9 mil colaboradores. Além disso, mais de 200 caminhões e 50 equipamentos foram mobilizados para auxiliar no trabalho de restabelecimento. Silveira enfatizou que o governo está acompanhando de perto o processo e espera resultados imediatos.

A gravidade da situação levou o ministro a convocar uma reunião com todo o setor de distribuição do Brasil, ressaltando a importância de um planejamento adequado para prevenir crises como essa. "O problema é físico, tem que ter gente para poder estar lá. A Enel, no mínimo, mostrou falta de planejamento", comentou Silveira. Ele também destacou a importância da colaboração entre os municípios e as distribuidoras para evitar problemas semelhantes no futuro.

Além de criticar a Enel, o ministro também não poupou críticas ao prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, sobre sua atuação em relação à gestão da energia na cidade. Silveira afirmou que o prefeito deveria ter uma postura mais proativa em relação à infraestrutura urbana e à prevenção de quedas de energia, ressaltando que muitos dos problemas estavam relacionados a árvores caindo sobre a rede elétrica.

Por sua vez, o prefeito Nunes defendeu sua gestão e disse que "não existe absolutamente nenhuma falha da Prefeitura" em relação ao apagão. Ele frisou que a responsabilidade pela distribuição de energia é da Enel e que a prefeitura está fazendo sua parte para melhorar a infraestrutura urbana.

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