Diário de São Paulo
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De oferta de propina a 'sequestro': a saga pela energia em SP

Após 80h sem energia, moradores de um condomínio da Zona Leste de SP improvisam para conseguir energia

Condomínio Trianon, na Vila Prudente, localizado na Av. Franciso de Mesquista, Zona Leste de SP. - Imagem: Reprodução | Acervo G1
Condomínio Trianon, na Vila Prudente, localizado na Av. Franciso de Mesquista, Zona Leste de SP. - Imagem: Reprodução | Acervo G1

Marina Roveda Publicado em 08/11/2023, às 07h50


Um edifício localizado no Condomínio In Trianon, na região da Vila Prudente, Zona Leste de São Paulo, passou por um verdadeiro pesadelo de falta de energia que durou quatro longos dias. Enquanto a maioria dos edifícios do condomínio e a vizinhança tiveram o fornecimento de eletricidade restabelecido no dia seguinte a um forte temporal, o prédio na Av. Dr. Francisco Mesquita, no Jd. Ibitirama, permaneceu às escuras durante todo esse período.

Os moradores tiveram que enfrentar sérias dificuldades durante as 80 horas sem eletricidade. Inicialmente, as luzes de emergência nas escadas não funcionaram, tornando a subida e descida dos 18 andares do edifício um desafio na escuridão. A falta de energia também interrompeu o bombeamento de água para os apartamentos, fazendo com que os moradores precisassem descer até o térreo para buscar baldes de água a fim de tomar banho e dar descarga nos banheiros, tudo à luz das lanternas dos celulares.

Além disso, uma situação ainda mais aterrorizante ocorreu na madrugada de sábado para domingo, quando uma mulher gritou que um dos apartamentos estava em chamas, gerando pânico entre os moradores.

Diante da falta de soluções por parte da Enel, empresa de energia elétrica, alguns moradores se depararam com a oferta de um suposto funcionário da empresa que se ofereceu para resolver o problema "por fora" mediante o pagamento de R$ 3.000. Isso levou a uma controvérsia entre os moradores, pois muitos temiam serem multados se fosse descoberto um "gato" no poste de eletricidade.

Somente na noite de segunda-feira, após cerca de 40 moradores fecharem a Avenida do Estado, em frente ao edifício, com pneus e "sequestrarem" uma equipe de técnicos da Enel, a eletricidade foi finalmente restaurada no prédio.

O caso gerou grande indignação e críticas à Enel, já que a situação, considerada relativamente simples, poderia ter sido resolvida antes, evitando que quase cem famílias ficassem no escuro por tanto tempo. A Enel, no entanto, declarou que "não tem conhecimento sobre o caso".

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