Diário de São Paulo
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Assassinato

Adolescente que assassinou família ficou 2 dias com os corpos dentro de casa

Corpos foram encontrados já em processo de decomposição

Isac Tavares Santos, 57 anos - Imagem: Divulgação / Guarda Municipal de Jundiaí
Isac Tavares Santos, 57 anos - Imagem: Divulgação / Guarda Municipal de Jundiaí

Sabrina Oliveira Publicado em 20/05/2024, às 14h01


Uma tragédia devastadora abalou a comunidade da Vila Jaguara, na Zona Oeste de São Paulo, quando um adolescente de 16 anos confessou o assassinato dos pais, Isac Tavares Santos e Solange Aparecida Gomes, e da irmã, Letícia Gomes Santos. A família, que se mudou para o bairro há menos de dois anos, era conhecida por ser reservada, segundo os vizinhos.

Os vizinhos expressaram sua consternação diante do ocorrido. Sônia Oliveira, que mora próximo à casa da família, comentou: "Eles se mudaram há pouco tempo. Acredito que um ano e meio, mais ou menos. Eles eram bem reservados. A gente só via, às vezes, eles passando. No dia do assassinato, a gente não escutou nada, nada". Célia Regina Petrícia, outra vizinha, acrescentou: "Eles eram muito reservados. Não tinham, assim, muito contato com os vizinhos. Era só assim de 'bom dia' e 'boa tarde'. A briga ali era constante, todos os dias".

Detalhes do crime
Segundo o boletim de ocorrência, o adolescente utilizou a arma do pai, um agente da Guarda Civil Municipal de Jundiaí (SP), para cometer os assassinatos. Ele afirmou à polícia que sempre teve desentendimentos com os pais adotivos e que, na quinta-feira (16), após ser chamado de "vagabundo" e ter seu celular confiscado, planejou o crime. Na sexta-feira (17), ele atirou no pai enquanto ele estava na cozinha. A irmã, que ouviu o disparo e foi verificar o que havia acontecido, também foi baleada no rosto.

Após cometer os assassinatos, o adolescente foi à academia. Quando retornou, esperou pela mãe e a matou assim que ela entrou na casa e viu os corpos do marido e da filha. No dia seguinte, ele ainda colocou uma faca no corpo da mãe.

Na delegacia, o adolescente confessou o crime detalhadamente. Ele disse que sabia onde o pai guardava a arma e que a testou antes dos assassinatos. A pistola foi encontrada na mesa da sala, municiada, e próxima ao corpo da irmã havia uma cápsula deflagrada.

O caso foi registrado como ato infracional por homicídio, feminicídio, posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso restrito e vilipêndio de cadáver. A Guarda Municipal de Jundiaí lamentou a morte do agente Isac Tavares Santos, que integrava a corporação desde 2012, atuando na Divisão Florestal.

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