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Ocupação russa de Chernobyl foi “muito perigosa”, diz agência

A ocupação da Central Nuclear de Chernobyl, na Ucrânia, pelo Exército russo, entre 24 de fevereiro e o fim de março, foi "muito, muito perigosa", disse hoje

Ocupação russa de Chernobyl foi “muito perigosa”, diz agência
Ocupação russa de Chernobyl foi “muito perigosa”, diz agência

Redação Publicado em 26/04/2022, às 00h00 - Atualizado às 12h54


Afirmação é de Rafael Grossi, chefe da Aiea, durante visita à central

A ocupação da Central Nuclear de Chernobyl, na Ucrânia, pelo Exército russo, entre 24 de fevereiro e o fim de março, foi “muito, muito perigosa”, disse hoje (26) o chefe da Agência Internacional de Energia Atômica (Aiea), Rafael Grossi, em visita ao local.Ocupação russa de Chernobyl foi "muito perigosa", diz agênciaOcupação russa de Chernobyl foi "muito perigosa", diz agência

“A situação era absolutamente anormal e muito perigosa”, afirmou Grossi, em entrevista durante visita a Chernobyl, no dia em que se completam 36 anos do pior desastre nuclear da história, ocorrido em 1986.

O diretor-geral da Aiea é acompanhado na visita ao local por uma equipe de especialistas, “para entregar equipamentos vitais”, incluindo dosímetros e fatores de proteção, e realizar “controles radiológicos e outros”, informou a agência da ONU.

Os peritos devem “reparar sistemas de monitoramento remoto, que deixaram de transmitir dados para a sede” da agência, em Viena (Áustria), logo após o início da guerra.

O local onde se situa Chernobyl, 150 quilômetros a norte de Kiev, foi ocupado pelos militares russos em 24 de fevereiro, o primeiro dia da invasão da Ucrânia, e teve então uma parada na rede de energia e comunicações.

Os soldados russos retiraram-se em 31 de março e, desde então, a situação volta gradualmente à normalidade, de acordo com relatórios diários da agência, com base em informações do regulador ucraniano.

Rafael Grossi já tinha visitado a Ucrânia no fim de março para lançar as bases de um acordo de assistência técnica. Ele esteve na Central Elétrica do Sul de Yuzhno-Ukrainsk, antes de se encontrar com altos funcionários russos em Kaliningrado, nas margens do Báltico.

A Ucrânia tem 15 reatores nucleares em quatro centrais elétricas em funcionamento, além de depósitos de resíduos, como é o caso da Central de Chernobyl, que foi desativada depois do desastre de 1986.

Um reator de Chernobyl explodiu nesse ano, contaminando grande parte da Europa, mas especialmente a Ucrânia, a Rússia e a Bielorrússia, que integravam a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS). Denominada zona de exclusão, o território, em raio de 30 quilômetros em volta da central, ainda está fortemente contaminado e é proibido viver lá permanentemente.

A Rússia lançou, em 24 de fevereiro, ofensiva militar na Ucrânia que já matou mais de 2 mil civis, segundo dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.

A guerra causou a fuga de mais de 12 milhões de pessoas, das quais mais de 5,16 milhões para fora do país, de acordo com dados recentes da organização.

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Agencia Brasil

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